Activistas da Greenpeace expulsos da Conferência dos Oceanos
A PSP terá empurrado dez activistas da Greenpeace para fora das instalações onde decorre o evento das Nações Unidas em Lisboa. Os ambientalistas reivindicavam acções mais robustas para proteger os ecossistemas marinhos.
A PSP terá empurrado activistas da organização Greenpeace para fora das instalações da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (ONU), em Lisboa, nesta quinta-feira, refere a agência Reuters. Os ambientalistas tentavam realizar um protesto reivindicando acções mais robustas para proteger o oceano e os ecossistemas marinhos.
Dez activistas da Greenpeace de diferentes países tentaram colocar grandes adesivos com mensagens como “Morto por inacção política” e “Proteja os oceanos” em outdoors na área externa do recinto onde decorre a conferência. Contudo, a PSP interrompeu a iniciativa e terá expulsado os ambientalistas, de acordo com a mesma fonte. Enquanto os activistas eram impedidos de realizar a manifestação, um policial ter-lhes-á dito: “É uma luta justa, mas não aqui, ok?”
“É chocante que, enquanto os activistas tentam protestar pacificamente do lado de fora do local da conferência, os verdadeiros saqueadores, os destruidores do oceano, continuam a liquidar os oceanos enquanto falamos”, disse Laura Meller, da Greenpeace. Meller e outros activistas estão a pedir aos Estados membros da ONU que ajam em conjunto e cheguem a um acordo sobre a protecção das águas internacionais em alto-mar. Este tratado, há muito esperado, visa proteger os recursos marinhos da exploração insustentável para além das jurisdições nacionais.
Cerca de sete mil delegados participam na conferência desde segunda-feira, incluindo chefes de Estado, investigadores, especialistas e ONGs, numa cimeira que decorre até esta sexta-feira. O objectivo é avaliar o progresso na aplicação de uma directiva da ONU para proteger a vida marinha. O presidente francês Emmanuel Macron participará no evento esta quinta-feira.
Lisboa é o último grande encontro político antes das negociações finais do tratado do alto-mar em Agosto. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na segunda-feira que o “egoísmo” de algumas nações está a dificultar os esforços para selar um acordo.