Agente da PSP entre os 38 detidos na operação a centros de inspecção automóvel

Agente seria um angariador de clientes para o esquema fraudulento.

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Operação Hydra: PSP fez 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias em vários concelhos Rui Gaudêncio/Arquivo

Um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) está entre os 38 detidos na operação que visou na terça-feira diversos centros de inspecção automóvel e o Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT), revelou esta quarta-feira a PSP.

Segundo um comunicado, o número de detenções da denominada Operação Hydra foi actualizado para 38, entre os quais se contam um polícia considerado “suspeito de actuar como angariador de clientes para o esquema fraudulento”, dois administradores de facto ou de direito de entidades gestoras de centros de inspecção técnica de veículos (CITV), dois funcionários do IMT e 33 inspectores em vários centros.

A PSP anunciou ainda a apreensão de cerca de 4300 euros em numerário, 41 telemóveis e dados informáticos considerados “processualmente relevantes” para a investigação.

No comunicado divulgado na terça-feira, a PSP deu conta da realização de 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias nos concelhos de Braga, Vila Verde, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Vizela, Fafe, Amarante, Lousada, Gondomar, Porto, Matosinhos, Valongo, Loures, Lisboa, Agualva-Cacém, Azambuja, Vila Franca de Xira, Seixal, Palmela, Setúbal, Silves, Lagoa e Portimão.

Nessa nota, a PSP adiantava que tinham sido realizadas buscas a um escritório de advogados, ao Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT) e a sete centros de inspecção técnica de veículos (CITV).

Aquela força de segurança referia que a operação policial decorreu de uma investigação iniciada em 2017, estando em causa crimes de corrupção e falsificação de documento agravada relacionada com a actividade de inspecção periódica de veículos.

Também segundo o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP), “encontra-se indiciado que, através desta actividade, foram implementadas práticas consistentes na aprovação de veículos sem a anotação das deficiências que tinham ou sem a adopção dos procedimentos de inspecção legalmente obrigatórios, tendo em vista atrair clientes e, em consequência, aumentar o número de inspecções e as correspondentes receitas”.

Os 38 detidos vão agora ser presentes a primeiro interrogatório judicial para conhecerem as respectivas medidas de coação, sendo que o inquérito encontra-se em segredo de justiça.