Operação Hydra. PSP faz buscas em centros de inspecção automóvel por suspeitas de corrupção. Mais de 30 pessoas foram detidas
A PSP diz que alguns suspeitos implementaram “um esquema fraudulento que permitia a aprovação de veículos sem proceder à anotação das deficiências”. Os suspeitos recebiam depois “vantagens patrimoniais e não patrimoniais”. As buscas foram realizadas em 23 concelhos do país.
A PSP realizou esta terça-feira, em diversos concelhos do país, uma operação que incluiu mais de 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias por suspeitas de corrupção. Até ao momento, 34 pessoas foram detidas. Em comunicado, a PSP diz que, no âmbito da Operação Hydra, foram realizadas diligências de recolha de prova num escritório de advogados, no Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT) e em sete centros de inspecção técnica de veículos, mas também noutros locais.
As buscas foram realizadas nos concelhos de Braga, Vila Verde, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Vizela, Fafe, Amarante, Lousada, Gondomar, Porto, Matosinhos, Valongo, Loures, Lisboa, Agualva-Cacém, Azambuja, Vila Franca de Xira, Seixal, Palmela, Setúbal, Silves, Lagoa e Portimão.
“Esta operação policial decorre da investigação, iniciada em 2017, relacionada com crimes de corrupção passiva para acto ilícito e de corrupção activa para acto ilícito, bem como de falsificação de documento agravada, relacionada com a actividade de inspecção técnica de veículos”, lê-se no comunicado.
A PSP explica que alguns suspeitos, administradores de diversas empresas gestoras de centros de inspecção, implementaram “um esquema fraudulento que permitia a aprovação de veículos sem proceder à anotação das deficiências e/ou sem adoptar procedimentos de inspecção legalmente obrigatórios”. Os suspeitos recebiam depois “vantagens patrimoniais e não patrimoniais”, entregues pelos clientes dos centros de inspecção.
Por existir “perigo de continuação de actividade criminosa e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas”, o Ministério Público procedeu à emissão de mandados de detenção fora de flagrante delito. Os 34 arguidos detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial, para aplicação de medidas de coação. O inquérito encontra-se em segredo de justiça. “Encontram-se também sob investigação outras pessoas que poderão ter facilitado a concretização de alguns negócios e ou favoreceram essas empresas, nomeadamente junto de entidades públicas”, diz ainda a PSP.