Realizador Paul Haggis vai ser julgado em Outubro por alegada violação de 2013

Detido em Itália por suspeita de crime sexual, Haggis conheceu esta semana a data de julgamento de um processo que remonta aos primeiros meses #MeToo.

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Haggis depois de ter sido ouvido pelas autoridades italianas Danilo Santoro/EPA

O realizador norte-americano Paul Haggis vai ser julgado por alegada violação em Outubro, num caso que remonta a 2013 e que foi apresentado em tribunal em 2017 no âmbito da vaga de denúncias desencadeada pelo movimento #MeToo. O agendamento do julgamento surge quando o autor de Colisão está em prisão domiciliária num hotel em Itália desde 19 de Junho, acusado de agressão sexual de uma jovem mulher.

O caso que irá a julgamento em Outubro diz respeito às alegações da relações públicas Haleigh Breest, que processou Haggis por violação, no apartamento dele, em Janeiro de 2013 após a estreia de um filme.

Haggis, que é acusado por outras mulheres de assédio, nega que tenha ocorrido uma violação e diz que o encontro foi consensual, repetindo o argumento que já tinha invocado em 2018 quando outras três mulheres o acusaram de violação e assédio — que se tratavam de acusações com o objectivo de lhe extorquir dinheiro. Na altura, o realizador quantificava mesmo o montante que lhe terá sido exigido no caso de Breest: nove milhões de dólares. Breest processou-o em Dezembro de 2017 e o caso ganhou ainda mais visibilidade em Janeiro de 2018, quando outra mulher que trabalhava também em relações públicas, mas em televisão, o acusava de violação e outras duas o acusavam de assédio em declarações à agência Associated Press. As suas acusações foram depois integradas no processo de Breest. Todas estavam no início de carreira na indústria do entretenimento e os casos relatados terão acontecido entre 1996 e 2015.

O julgamento que decorrerá em Nova Iorque estava, segundo a revista Variety, que deu a notícia em primeira mão, num impasse muito por causa dos condicionalismos impostos pela pandemia. Agora está agendado para dia 11 de Outubro. A sua advogada, Michele Laforgia, disse, citada pela mesma publicação, que o realizador pretende “ficar em Itália até que a sua inocência seja totalmente provada”.

Haggis está detido depois de uma mulher se ter queixado à polícia de que ele a forçou duas vezes a ter relações sexuais, algo que os seus advogados negam. As primeiras notícias sobre o caso detalhavam que uma jovem foi encontrada em condições físicas e psicológicas “precárias” no aeroporto de Brindisi, perto da localidade onde o realizador estava a convite do festival de cinema Allora, em Otsuni. A identidade e relação do também argumentista com a jovem não é ainda conhecida, tendo a imprensa italiana escrito que a mulher não é italiana e que os dois se conheciam. Paul Haggis continuará detido até ordem em contrário enquanto decorre a investigação em Itália.

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