Costa reuniu-se com Guterres e quer acções drásticas para proteger o oceano

Primeiro-ministro reuniu com António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, e disse ter defendido que a Conferência de Lisboa deve definir “acções drásticas para enfrentar a emergência oceânica”.

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Reunião decorreu na segunda-feira à noite à porta fechada DR

O primeiro-ministro, António Costa, reuniu-se segunda-feira com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e defendeu que a conferência de Lisboa, que vai decorrer até sexta-feira, deve definir “acções drásticas para enfrentar a emergência oceânica.

Esta posição foi transmitida por António Costa na rede social Twitter, depois de ao final da tarde de hoje se ter reunido com o antigo chefe do Governo português (1995/2002) e actual secretário-geral das Nações Unidas no recinto do Altice Arena, em Lisboa, onde decorre a 2.ª Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (ONU), co-organizada por Portugal e pelo Quénia.

“No encontro com o secretário-geral das Nações Unidas reafirmei o compromisso de Portugal com a ONU e com a agenda dos Oceanos. Temos de responder ao repto do secretário-geral. É importante que de Lisboa saiam acções drásticas para enfrentar a emergência oceânica”, escreveu António Costa.

Na sessão de abertura da conferência, António Guterres defendeu que “o mar tem de se tornar um modelo da forma como se gerem os problemas globais”, o que “significa evitar e reduzir a poluição de todos os tipos”. Guterres referiu ainda que há que proteger “as pessoas cujas vidas dependem do mar do impacto das alterações climáticas”, apostando-se em “novas infra-estruturas costeiras que sejam resilientes ao clima”. Acrescentou que o sector dos transportes marítimos deve comprometer-se no sentido de baixar as emissões de carbono para zero “até 2050”.

O líder das Nações Unidas assumiu também o objectivo de mapear 80% do fundo do mar até 2030. “E encorajo o sector privado a juntar-se a alianças que pratiquem uma gestão sustentável e a investigação dos oceanos”, propôs António Guterres. Já o primeiro-ministro assumiu os compromissos de classificar 30% das áreas marinhas nacionais até 2030 e Portugal possuir a totalidade dos seus stocks de pesca nacional dentro dos limites biológicos sustentáveis.

Na perspectiva de António Costa, com a mesma ambição com que se procurou chegar à Lua ou a Marte, é agora “tempo de descer à Terra, o planeta que é azul, porque é o planeta dos oceanos, o nosso planeta”. “Espero que, mais uma vez, Lisboa seja um marco no reencontro da humanidade com os oceanos”, acrescentou.

Antes desta reunião com António Guterres, que durou cerca de uma hora, o primeiro-ministro português teve também um encontro com o seu homólogo norueguês, Jonas Gahr Støre, no âmbito da 2ª Conferência dos Oceanos.