Países do G7 negoceiam impor um tecto ao preço do petróleo russo
Conselheiro de Segurança Nacional da Administração Biden diz que as discussões entre as sete potências estão no bom caminho.
Os líderes do G7 estão a negociar a definição de um tecto ao preço do petróleo da Rússia como forma de pressão sobre o Kremlin. Com a nova restrição, os governos dos sete países industrializados pretendem diminuir a margem de manobra de Moscovo no financiamento da guerra na Ucrânia.
A iniciativa faz parte de um pacote de medidas que está a ser discutido esta segunda-feira na cimeira do G7 no hotel Schloss Elmau, nos Alpes bávaros.
Um responsável norte-americano disse à Reuters que na terça-feira, no último dos três dias da cimeira, os governos deverão anunciar um novo pacote de sanções, a implementar de forma coordenada, que implicará restrições sobre o ouro, estando ao mesmo tempo a ser finalizada uma nova medida para impor um preço máximo às compras de petróleo russo, com o duplo objectivo de limitar as receitas da Federação Russa e travar a escalada dos preços dos produtos petrolíferos no momento em que várias economias enfrentam uma inflação alta.
A proposta terá partido dos Estados Unidos — a ideia foi lançada pela secretária do Tesouro, Janet Yellen — e, segundo o Financial Times, o governo alemão tem vindo a aproximar-se da iniciativa.
O jornal britânico refere que os chefes de Estado ou de governo do G7 — os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido, a França, a Itália, o Japão e o Canadá — deveriam debater o assunto com os outros países convidados a participar na cimeira, a Índia, a Argentina, a África do Sul, o Senegal e a Indonésia.
Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Administração Biden, disse nesta segunda-feira aos jornalistas, a partir do local da cimeira, que as discussões estão a avançar na direcção certa, mostrando-se confiante de que a medida poderá ser implementada em breve. Os Estados Unidos já não compram petróleo à Rússia.
Na União Europeia, o sexto pacote de sanções contra a Rússia prevê um embargo às importações de petróleo até ao final deste ano, só ficando de fora o crude que passa pelo oleoduto de Druzhba para abastecer os países que não têm costa marítima, como a Hungria, Eslováquia e República Checa.
Só a União Europeia compra à Rússia, todos os dias, 2,2 milhões de barris de crude e 1,2 milhões de barris de petróleo refinado, segundo dados da Agência Internacional de Energia.
A representar a União Europeia no G7, o presidente do Conselho disse que os 27 parceiros europeus estão prontos a impor um limite, ainda que chamando a atenção para a necessidade de a medida não ter um efeito nas economias dos países que impõem a sanção. “Queremos ter a certeza de que o objectivo é atingir a Rússia e não tornar a nossa vida mais difícil e mais complexa”, afirmou, citado pelo Financial Times.