Roger Schmidt: “Quero mostrar que fui uma boa escolha”
Alemão deu a primeira conferência de imprensa como treinador do Benfica.
“Boa tarde, good afternoon.” Assim se apresentou Roger Schmidt na sala de imprensa do estádio da Luz para o primeiro “confronto” com os jornalistas portugueses na condição de treinador do Benfica. Ainda sem muito para dizer sobre o que a equipa precisa ou tem a mais, até porque ainda tem poucos dias de trabalho e não tem todos os jogadores à disposição, mas com objectivos bem definidos e com vontade de corresponder às expectativas de Rui Costa – o presidente dos “encarnados” estava na sala a ouvir as palavras do alemão e terá gostado de ouvir, ambição e trabalho para devolver os “encarnados” aos títulos.
“Haveria pressão mesmo que tivesse ganho nos últimos dois anos. O presidente e o director-desportivo acreditam em mim, que eu seja um bom treinador para o Benfica, e quero mostrar que fui uma boa escolha. Temos de ser uma equipa lutadora e vencedora”, prometeu o antigo técnico do PSV Eindhoven, que não sente estar a partir atrás dos rivais FC Porto e Sporting, os dois primeiros das duas últimas épocas: “É passado, todos começam do zero. São novos desafios, queremos melhorar, queremos um futebol diferente e maior estabilidade. Estamos focados em preparar a próxima época.”
O Benfica versão 2022-23 está longe de ser um produto acabado. Schmidt, que já orientou nesta segunda-feira o primeiro treino com bola, ainda está a conhecer os cantos à casa e a perceber o que tem em mãos. Haverá entradas e saídas, mas o alemão não vê urgência, sobretudo, no que diz respeito aos cortes. “Não é urgente escolher. Mas não podemos ter 40 jogadores a treinar diariamente. Temos de ver quais as melhores opções a tomar. No futebol, as equipas são sempre maiores na pré-época. Na próxima semana começaremos a fazer os ajustes”, salientou.
"Estou entusiasmado, quero conhecer os jogadores, quero vê-los treinar. Fiquei com boa impressão e tenho a certeza de que temos qualidade. As pré-temporadas são uma altura muito importante e tenho a certeza que podemos jogar como queremos”, reforçou.
Com três dias de trabalho com o plantel, Schmidt ainda não tem bem a noção do que tem, do que não tem e do que precisa. Sobre a contratação de Ricardo Horta, um processo ainda longe de estar concluído, o alemão apenas elogiou o avançado do Sp. Braga, mas não deu garantias. “É claro que o Ricardo Horta é bom jogador. Não sei se vem, mas seria uma melhoria na equipa”, assinalou Schmidt, que deixou elogios sobre um dos reforços já confirmados, o argentino Enzo Fernández, ainda sem dia para se juntar ao plantel, dependente dos compromissos do River Plate na Libertadores: “Estamos contentes. É um excelente jogador jovem, mas vamos ter de esperar pelos próximos jogos.”
E quanto a Julian Weigl, o único jogador alemão do plantel benfiquista, é compatível com o sistema do treinador? Mais uma vez, o técnico não se comprometeu, nem com a permanência do ex-Borussia Dortmund, nem com a sua saída. “É um jogador experiente, mostrou na Alemanha que pode ser top. Quero saber mais, a decisão é dele. Do que vi, é bom jogador e boa pessoa.”
Uma entrada que acabou por não se concretizar foi a de Mario Gotze. O internacional alemão não esteve longe de reforçar o Benfica, mas acabou por escolher ficar no seu país, para representar o Eintracht Frankfurt, em vez de acompanhar técnico na mudança de Einhoven para Lisboa. “O Mario foi meu jogador durante dois anos e teria sido um bom reforço para o Benfica, mas ele preferiu ficar na Alemanha, perto da família. Esse tópico está fechado”, revelou o técnico.
Numa conferência de imprensa que nem 15 minutos durou, Schmidt falou ainda de um dos seus adjuntos que não fazia parte da equipa técnica do alemão, Javi Garcia. O antigo médio espanhol do Benfica antecipou o final da carreira (estava no Boavista) para regressar à Luz como assistente do novo técnico e Schmidt está contente com a aquisição, apesar de não ter sido uma escolha sua: “Foi uma sugestão do clube. Foi um grande jogador e está muito motivado. A primeira impressão foi top.”