Detidos dez suspeitos de exploração sexual, três deles em Portugal

Rede terá explorado mais de 100 vítimas, muitas das quais são imigrantes ilegais brasileiros residentes em França, Espanha e Portugal. Líderes da rede criminosa também são, na maioria, de nacionalidade brasileira.

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A investigação foi iniciada pela polícia de fronteiras francesa em Março de 2021 Europol

As polícias de Portugal, França e Espanha detiveram nos últimos dias 10 indivíduos, nove brasileiros e um espanhol, suspeitos de coordenarem uma rede de exploração sexual. A operação conjunta, realizada sob a égide da Europol, decorreu entre os dias 20 e 23 deste mês.

Em comunicado enviado nesta sexta-feira, a Europol refere que com estas detenções foi “desmantelada uma rede de tráfico humano para exploração sexual”, que era liderada sobretudo por cidadãos brasileiros, sendo que a maioria das vítimas era também desta nacionalidade.

Segundo a Polícia Judiciária portuguesa, em Portugal foram detidos “três cidadãos estrangeiros, dois homens e uma mulher, na região do Algarve e de Setúbal”. As detenções ocorreram no passado dia 20. Após interrogatório judicial, os três arguidos ficaram em prisão preventiva.

A participação portuguesa na chamada Operação Cláudia foi garantida pela Unidade Nacional Contraterrorismo da Polícia Judiciária. “Para além das referidas detenções, foram apreendidos em território nacional vastos elementos de prova, bem como duas viaturas e cerca de 12.000 euros em dinheiro”, informa também a PJ, que dá ainda conta de que a investigação está a cargo das autoridades judiciárias francesas.

As vítimas da rede agora desmantelada eram na maioria imigrantes que residiam ilegalmente em França, Espanha e Portugal. Segundo a Europol, terão sido exploradas mais de 100 vítimas, cujos serviços eram anunciados pela rede criminosa em sites especializados. Os arguidos geriam também as contas online das vítimas.

A Europol dá ainda conta de que dois dos suspeitos, baseados em França, criaram um negócio paralelo, explorando as mesmas vítimas controladas pela rede principal. Alugavam apartamentos e quartos de hotel, que eram utilizados para actos de exploração local. Foram localizados cerca de 60 destes lugares em França.

Calcula-se que a rede criminosa tinha lucros que rondavam os 120 mil euros por mês. Este dinheiro era depois canalizado para o Brasil.

A investigação deste caso foi iniciada pela polícia de fronteiras francesa a 21 de Março de 2021.

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