Anthony Moore: os mil sons de um músico livre
Foi criador de electrónica exploratória, fundador dos Slapp Happy, membro dos Henry Cow, letrista dos Pink Floyd. Em 1979, foi autor de uma pérola perdida, Flying Doesn’t Help. Ligámos-lhe para ouvir a história.
A intervalos regulares, subia Portobello Road carregado com caixas de discos para entregar a Geoff Travis na Rough Trade. “Se os vendesse, ganhávamos umas duas libras por disco. Era esse o nível”, ri-se Anthony Moore. Está a recordar o 1979 em que lançou Flying Doesn’t Help, álbum de culto, pérola de pop esquizoide, de rock a mutar-se em novas formas, de new wave acometida da excentricidade da cena de Canterbury (a de Soft Machine e de Gong). Um meticuloso trabalho de estúdio, orgânico-electrónico, saído da cabeça de um homem que foi sendo, e é, várias coisas diferentes ao longo de uma carreira idiossincrática, recheada de curvas e contracurvas, de electrónica minimalista a jazz avant-garde, de criador de bandas-sonoras para cinema experimental a produtor dos This Heat e de Kevin Ayers, de fundador do cabaret surrealista chamado Slapp Happy a membro dos Henry Cow, ícones do rock experimental britânico, ou a letrista dos Pink Floyd, papel que cumpriu ao longo de 18 meses passados entre o famoso iate estúdio da banda e uma cabana à beira do lago onde aquele estava atracado.
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