Câmara de Estremoz vai cortar avenida ao trânsito devido a pedreira próxima

A decisão de o município proceder à interdição do trânsito naquele troço deve-se às conclusões de um estudo elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

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Em 2018 houve um acidente em Borba Rui Gaudencio

A Câmara de Estremoz, no distrito de Évora, vai encerrar ao trânsito uma das principais entradas da cidade, por questões de segurança, devido à proximidade de uma pedreira, após recomendação do LNEC, revelou nesta quinta-feira o presidente do município.

Em declarações à agência Lusa, José Daniel Sádio indicou que a Avenida de Santo António, que faz a ligação entre a Estrada Nacional (EN) 4 e o centro da cidade, vai ficar com um troço interditado, previsivelmente, a partir de Julho.

O troço a encerrar à circulação rodoviária, situado entre a rotunda do cemitério da cidade e o cruzamento com a EN4, “confina com o talude” de uma pedreira e tem uma extensão de “cerca de 300 metros”, precisou.

Segundo o autarca alentejano, a decisão de o município proceder à interdição do trânsito naquele troço segue-se às conclusões de um estudo elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

“Desde 2019 que estão sinalizados riscos de desmoronamento do talude e tínhamos uma informação interna que recomendava, com urgência, a elaboração de um estudo hidrogeológico”, tendo agora o trabalho sido feito, assinalou.

José Daniel Sádio adiantou que os técnicos do LNEC, após uma vistoria ao local e análise de documentos da câmara, recomendaram que, “a curto prazo”, fosse encerrado “o troço da Avenida de Santo António que confina com a pedreira 177”.

“Em função dessa avaliação do LNEC, não podíamos deixar de ser responsáveis”, afirmou, referindo que o município já iniciou reuniões com várias entidades para a preparação do encerramento do troço e a elaboração de um novo plano de trânsito para a cidade.

Salientando que ainda não está definida a data exacta para a entrada em vigor da interdição, o presidente do município sublinhou que a via “não podia encerrar de um dia para o outro, até porque o LNEC também não refere o risco iminente de derrocada”.

“Não conseguimos criar alternativas que permitam no dia seguinte [encerrar o troço, mas] estamos a trabalhar para que, no mais curto espaço de tempo possível, isso aconteça”, disse, prevendo que o corte da estrada ocorra no início de Julho.

O autarca considerou que “seria irresponsável” o encerramento da artéria de “um momento para o outro e sem qualquer preparação”, pois estaria a ser resolvido o risco de derrocada daquele troço, mas haveria problemas de trânsito na cidade.

“Temos que acautelar outras questões para não eliminarmos o risco de uma derrocada e potenciarmos o risco de acidentes”, sustentou, apontando que o encerramento deste troço vai “duplicar o trânsito” que circula no interior da cidade.

O autarca indicou que o município vai avançar com os procedimentos para a elaboração do projecto para a ligação da Avenida Rainha Santa Isabel à EN4, a qual, no futuro, pode constituir-se como alternativa ao troço que agora será fechado.

Os técnicos do LNEC, acrescentou José Daniel Sádio, sugeriram ainda nas conclusões do relatório que, a “médio prazo”, entre “um e cinco anos”, deve ser feito o entulhamento das duas pedreiras que se situam junto a este troço da Avenida de Santo António.