Um Titanic destravado colide com a identidade

Transatlântico, encenação de Ricardo Neves-Neves para a Companhia Maior, pega num texto alucinado de Christopher Durang para lançar o delírio a bordo do Titanic. Sem DiCaprio e Winslet, mas talvez com um pouco de Céline Dion, desta quinta-feira a 26 de Junho em Lisboa, a 8 e 9 de Julho em Loulé.

Ensaio de imprensa da peça "Transatlântico", com autoria de Christopher Durang, é uma criação de Ricardo Neves-Neves e da Companhia Maior, numa produção Teatro do Elétrico. A  interpretação está a cargo da Companhia Maior, coletivo de atores e atrizes com mais de 60 anos, com estreia a 23 de junho, no Teatro São Luiz, em Lisboa, 21 de junho de 2022. JOSE SENA GOULAO/LUSA
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Ensaio de imprensa da peça "Transatlântico", criação de Ricardo Neves-Neves e da Companhia Maior JOSé SENA GOULÃO/ Lusa
Ensaio de imprensa da peça "Transatlântico", com autoria de Christopher Durang, é uma criação de Ricardo Neves-Neves e da Companhia Maior, numa produção Teatro do Elétrico. A  interpretação está a cargo da Companhia Maior, coletivo de atores e atrizes com mais de 60 anos, com estreia a 23 de junho, no Teatro São Luiz, em Lisboa, 21 de junho de 2022. JOSE SENA GOULAO/LUSA
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Há muito tempo que o encenador queria levar a palco o texto do , dramaturgo norte-americano Christopher Durang JOSé SENA GOULÃO/ Lusa
Ensaio de imprensa da peça "Transatlântico", com autoria de Christopher Durang, é uma criação de Ricardo Neves-Neves e da Companhia Maior, numa produção Teatro do Elétrico. A  interpretação está a cargo da Companhia Maior, coletivo de atores e atrizes com mais de 60 anos, com estreia a 23 de junho, no Teatro São Luiz, em Lisboa, 21 de junho de 2022. JOSE SENA GOULAO/LUSA
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Durantes os ensaios, elenco da Companhia Maior e enecenador discutiram "os limites do humor" JOSé SENA GOULÃO/ Lusa

Diz-se Titanic e os olhos enchem-se de imagens de Leonardo DiCaprio e Kate Winslet como desmedido par romântico, os ouvidos são assaltados pela voz de Céline Dion, e a imaginação coloca-nos em rota de colisão com um icebergue. Só que Jack (DiCaprio) e Rose (Winslet) eram projecções ficcionais do realizador James Cameron, duas vidas inventadas entre as 2240 que seguiam, em 1912, a bordo do maior navio de passageiros jamais construído, fadado ao desastre. Mas antes já Christopher Durang, dramaturgo norte-americano dado a textos com generosas doses de delírio e de absurdo, fantasiara acerca de outras vidas que seguiam a bordo do Titanic. Por exemplo, Richard e Victoria, o seu par muito pouco romântico que iniciava a peça, de 1976, logo num desaguisado conjugal – Richard fazendo de pronto o seu coming out e confidenciando à mulher que era realmente feliz nos bares homossexuais de Londres, Victoria ripostando que o filho de ambos, Teddy, era filho apenas dela, fruto de um impulso quando certa noite se cruzou com um vagabundo numa praia.

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