Parlamento israelita inicia processo para eleições antecipadas
Deputados da coligação no governo cessante querem aprovar uma lei para impedir que quem responda em tribunal por processos criminais possa chefiar o Governo.
Israel está mais próximo de ter a sua quinta eleição em menos de quatro anos depois de os deputados aprovarem, por unanimidade, uma lei preliminar para dissolver o Parlamento. Esta primeira fase do processo deverá estar finalizada na próxima semana, quando se confirmará o afastamento do primeiro-ministro, Naftali Bennett, e a sua substituição pelo seu parceiro de coligação, Yair Lapid – os dois formaram há cerca de um ano uma coligação díspar com uma minoria de apenas um lugar no Parlamento para afastar o então primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, acusado por corrupção, do poder.
Mas este passo no Parlamento é apenas o início do processo, e no espaço de tempo entre as várias leis necessárias para a dissolução efectiva espera-se que Netanyahu ainda tente formar governo e evitar eleições antecipadas, um cenário que parece difícil.
Caso não consiga, o que é a hipótese mais provável, o Parlamento irá dissolver-se e as eleições deverão ser marcadas para Outubro.
Lapid apresentou a eleição como uma luta entre extremistas que apoiam Netanyahu (que tem uma aliança com partidos ultra-ortodoxos e apoio de extremistas) e o seu bloco centrista. Netanyahu, pelo seu lado, congratulou-se com a queda do Governo, que classificou como “o pior” de Israel.
A coligação ainda no governo tentava fazer um esforço para aprovar legislação que impeça alguém que esteja a responder por corrupção em tribunal de chefiar um Governo. A actual lei obriga à demissão de ministros acusados por crimes como corrupção, mas não o primeiro-ministro.
Netanyahu foi acusado quando ainda chefiava o Governo (e acumulava várias pastas no Governo, que teve então de deixar, mas pode manter-se como primeiro-ministro). O processo contra ex-primeiro-ministro decorre ainda.
Não é claro se haveria uma maioria para aprovar esta lei e se, acrescenta o jornal Jerusalem Post, mesmo que fosse aprovada, ela resistiria a um desafio judicial, por ser aprovada já em cima de um cenário de eleições antecipadas.