Portugal é o quarto país no mundo a ultrapassar os 300 casos de varíola-dos-macacos
A Direcção-Geral da Saúde confirma mais sete casos de varíola-dos-macacos. As vacinas compradas pela Comissão Europeia chegam no final de Junho, mas ainda não há norma que explique como e a quem serão administradas.
Esta terça-feira, foram confirmados mais sete casos de varíola-dos-macacos em território português, atingindo os 304 no total. Portugal é o quarto país a ultrapassar a barreira dos 300 infectados, depois de Reino Unido (793), Espanha (497) e Alemanha (469).
Os casos confirmados têm subido de forma rápida nos últimos dias, com quase 3000 pessoas infectadas em países onde a doença não está habitualmente presente. No Reino Unido, entre a última sexta-feira e o relatório apresentado esta terça-feira houve um aumento de 219 casos confirmados no território britânico. Entre o mesmo período de tempo, a Alemanha registou mais 131 infectados.
O risco de transmissão para a população mantém-se baixo para a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e para o Centro Europeu de Controlo de Doenças. Ambas as entidades alertam apenas para um risco acrescido em pessoas com múltiplos parceiros sexuais.
Todos os infectados em Portugal até esta terça-feira são homens, a maioria com idades compreendidas entre os 25 e os 40 anos. Os casos confirmados estão a receber acompanhamento clínico e encontram-se estáveis, sendo que a grande maioria não necessitou de intervenção hospitalar. A varíola-dos-macacos (monkeypox ou VMPX) não é, no entanto, uma doença exclusiva de homens. A maior incidência dever-se-á aos locais de exposição ao vírus numa primeira instância, como saunas para encontros sexuais ou viagens ao exterior, que potenciaram a disseminação entre homens.
A transmissão do vírus acontece sobretudo a partir de contacto próximo ou com as lesões provocadas pela doença. As gotículas grandes (como tosse ou espirros) e o contacto com materiais contaminados também é um potencial meio de transmissão do VMPX.
Ao longo das últimas semanas, o plano de contenção da doença em Portugal tem assentado no isolamento dos casos confirmados e rastreamento de contactos de risco. As últimas recomendações da Organização Mundial da Saúde e a compra de vacinas por parte da Comissão Europeia confirmam a pretensão de utilizar a vacinação como estratégia adicional no combate a este surto, que já soma quase 3000 casos em países onde o VMPX não é endémico.
Até esta terça-feira não havia novidade relativamente à norma técnica que orientará a administração das 2700 doses que Portugal vai receber no final deste mês de Junho – e que está a ser estudada desde há cerca de um mês pelos especialistas convocados pela DGS.
Na última sexta-feira, a DGS emitiu ainda informações referentes aos grandes eventos, como os festivais de música (que já começaram neste mês de Junho). Na informação disponibilizada ao público, a entidade liderada por Graça Freitas apela a que empresas, organizadores de eventos e grupos informais sensibilizem os participantes para os cuidados a ter em eventos de grande dimensão e sobre a transmissão da doença.