Virginia Woolf em chroma key
Há uma dose de ousadia considerável e quase temerária nesta adaptação de As Ondas pelo Teatro Meia Volta e Depois à Esquerda Quando Eu Disser.
Neville é o primeiro a falar dele. Depois, conforme o tempo vai decorrendo, os outros cinco levarão amiúde o seu nome à boca. Percival, porém, não fala, não se vê, não está. Mas existe. Existe nas palavras dos outros como uma espécie de entidade, talvez como a síntese deles ou do desejo de individualmente, por reflexo ou algo assim, assinalarem as suas próprias identidades. Chegados ao fim, é provavelmente aquele que se conhece melhor. O que nem é muito importante, pois estas personagens, as presentes e o ausente, são como partes de um pensamento em construção que reflecte sobre como o tempo passa por elas e sobre como elas aproveitam esse espaço entre a infância e a velhice.
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