Natação: Ledecky e Dressel favoritos em Mundiais com várias ausências

Comitiva portuguesa contempla apenas dois representantes na natação pura, em Budapeste. Lesões, covid e calendário afastaram alguns dos pesos-pesados da modalidade.

Foto
Katie Ledecky é uma das grandes favoritas ao ouro em Budapeste Reuters/Rob Schumacher

Deveriam ter acontecido inicialmente em 2021, mas foram adiados por causa dos Jogos Olímpicos. No início deste ano, estiveram em risco de ser novamente protelados, no caso para 2023, mas a Hungria acabou por acolher um evento que estava agendado para o Japão e, a partir de hoje, os Mundiais de natação estão em marcha, em Budapeste, numa edição arrancada a ferros para evitar um período de quatro anos sem uma prova de dimensão global.

Será uma competição com alguns handicaps, a começar pela ausência dos nadadores russos, afastados na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. Isto significa que Yuliya Yefimova (200m bruços), Anton Chupkov (200m bruços) e Evgeny Rylov (200m costas) não vão poder defender os títulos conquistados em 2019. Mas há mais “faltas de comparência”, umas por lesão, outras por doença (covid-19) e outras por opção, nalguns casos com os Jogos da Commonwealth em vista: Emma McKeon, Cate Campbell, Federica Pellegrini, Tatjana Schoenmaker, Ariarne Titmus, Adam Peaty ou Duncan Scott são alguns dos nomes que vão assistir ao evento à distância.

Neste contexto, os norte-americanos Caeleb Dressel e Katie Ledecky, juntamente com a australiana Kaylee McKeown surgem como os grandes favoritos. Sem Titmus como rival, Ledecky será a maior das candidatas nos 400m, 800m, e 1500m livres. E, se chegar ao outro nas três provas, ficará apenas a um título mundial dos 15 da “lenda” Michael Phelps, que constituem um recorde.

Com 15 medalhas (13 das quais de ouro) conquistadas entre 2017 e 2019, Dressel surge como cabeça de cartaz nos 50m e 100m livres, assim como nos 50m e 100m mariposa.

Para Kaylee McKeown, estes Mundiais serão uma oportunidade para provar que as três medalhas de ouro obtidas em Tóquio, com 19 anos, não foram um mero pico de forma. Em particular nos 100m costas, terá a concorrência pesada de Regan Smith (EUA), actual detentora da melhor marca mundial do ano (57,76s) — McKeown nadou em 58,31s, mas detém o recorde mundial (57,45s).

Distante destas marcas estará a comitiva portuguesa, que se fará representar por 14 atletas, mas somente dois na natação pura (serão oito na natação artística e quatro em águas abertas).

José Paulo Lopes inicia já hoje (8h27 em Portugal) a participação no evento, nos 400m livres. Detentor do recorde nacional da distância, com 3m50,56s, a 6 de junho de 2021 em Barcelona, surge na 29.ª posição entre os 46 inscritos. Mas o nadador olímpico bracarense também competirá nos 800m, na segunda-feira, surgindo novamente em cena com a melhor marca nacional (7m52,68s) e na 19.ª posição do ranking entre os atletas 33 inscritos.

Já Diana Durães tem estreia marcada para amanhã (8h10), nos 1500m. A actual detentora de todos os recordes nacionais dos 200m aos 1500m livres surge em Budapeste na segunda de três séries, com 16m26,82s, que configuram o 19.º tempo entre as 28 inscritas — a melhor marca é 16m15,12s, obtida em 2021, em Coimbra.

Em declarações ao site da Federação Portuguesa de Natação, José Machado, director desportivo, apontou os Europeus de Roma, entre 11 e 21 de Agosto, como prioridade desta época na natação pura, já que os actuais Mundiais só foram confirmados em Fevereiro. De resto, José Paulo Lopes e Diana Durães deverão aproveitar esta presença em Budapeste para assegurarem os mínimos para Itália.

Sugerir correcção
Comentar