O Sacre do Teatro Praga, fruto do princípio do prazer

Há uma nítida cesura nesta versão d’A Sagração da Primavera, entre uma primeira parte cheia de referências e tiques, e uma segunda parte em que sucede o que supúnhamos inimaginável, com a companhia ousando dançar a obra, seguindo as linhas da coreografia original de Nijinsky – e essa é contagiante e triunfal.

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CARLOS PINTO

No final de A Sagração da Primavera, Cláudia Jardim empunha um cartaz em que está escrito “arte é prazer”. É um sublinhado, pois já sabemos bem que, se a arte é também muitas outras coisas, o trabalho do Teatro Praga é regido pelo princípio do prazer, inclusive, e aliás com frequência, na derisão e no solipsismo.

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