Regresso à Exposição Colonial do Porto, para reclamar outro olhar sobre o Outro
Tiago Cadete e Solange Freitas guiam Cortejo, uma indagação sobre o que foi a exposição realizada no Palácio de Cristal em 1934.
Há um monólito negro sobreposto à imagem do actual Pavilhão Rosa Mota a anunciar Cortejo, performance que a dupla Solange Freitas-Tiago Cadete estreia esta quinta-feira nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto. É impossível, ao vê-lo, não pensar no adereço que pontua o clássico de ficção científica de Stanley Kubrick, 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), introduzindo um elemento de suspensão, de silêncio, de interrogação no evoluir da história. É esse também o objectivo dos dois actores-encenadores nesta visita guiada performática em que se propõem revisitar a memória da Exposição Colonial Portuguesa realizada nos mesmos jardins no Verão de 1934 – mas fazendo-o, agora, de forma distanciada, liberta do peso de uma memória ainda muito marcada pelo imaginário colonial, que a registou em imagens e em monumentos depois espalhados pela cidade.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.