Ex-vereadora da NAU disponível para reforçar maioria absoluta do PS em Vila do Conde

Em Abril, Dália Vieira rompeu com o movimento de Elisa Ferraz pelo qual foi eleita e assumiu o estatuto de independente. A especialista em marketing e comunicação quer colocar as suas competências ao serviço do seu concelho.

Foto
Câmara de Vila do Conde é presidida pelo socialista Vítor Costa Adriano Miranda

A vereadora independente Dália Vieira, eleita pelo movimento NAU - Nós Avançamos Juntos, deverá juntar-se à equipa socialista que lidera a Câmara de Vila do Conde, presidida por Vítor Costa, e a sua entrada vai implicar uma redistribuição a nível dos pelouros.

Em declarações ao PÚBLICO, Dália Vieira evidencia a sua disponibilidade para trabalhar pelo concelho onde vive desde os nove anos.“Estarei sempre disponível para trabalhar por e para Vila do Conde, onde o meu trabalho e as minhas competências forem válidos. Sentir-me-ia muito honrada em trabalhar com o professor Vítor Costa na construção do futuro” do município, afirmou a autarca, que foi eleita pela primeira vez nas eleições autárquicas de 2017.

“Grande parte da minha vida activa foi no sector privado com elevados níveis de exigência. É esse o meu ADN, trabalhar com objectivos concretos, fazer mais e melhor. Só estou disponível para trabalhar de forma construtiva por Vila de Conde”, evidenciou.

Com a atribuição de pelouros à ex-vereadora da NAU, que em Abril se desvinculou do movimento presidido por de Elisa Ferraz ficando como independente, Vítor Costa reforça a maioria absoluta que os vila-condenses lhe deram em Setembro, reduz a oposição a dois vereadores e, mesmo tempo, aproveita para fazer um refresh ao fim de nove meses a liderar a autarquia vilacondense.

Quando Dália Vieira decidiu desvincular-se do Nós Avançamos Juntos, a ex-presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, não perdeu tempo a reagir, acusando-a de “deslealdade”. “Esta decisão configura uma evidente deslealdade (…). A NAU não pode deixar de lhe retirar a confiança política”, afirmou na altura, em comunicado, o movimento de Elisa Ferraz.

É pela mão da ex-presidente que Dália Vieira chega a vereadora da Câmara de Vila do Conde, onde assumiu responsabilidades executivas de alguma importância: Modernização Administrativa; Turismo; Saúde; Juventude; Agricultura e Pescas; Comunicação; e Igualdade e Cidadania. Corria o ano de 2017 quando a especialista em marketing e comunicação, na altura quadro da Sonae, aceitou o convite de Elisa Ferraz - de quem viria a ser directora de campanha - para integrar um movimento de cidadãos independente.

“O meu propósito, a essa data, tal como hoje, era o de colocar ao serviço do meu concelho as minhas competências”, declarou a autarca ao PÚBLICO, explicando que o seu objectivo foi desenvolver a sua actividade ao longo de quatro anos, “com entrega e dedicação total às funções que lhe foram atribuídas”.

“Muito gostaria de ter dado continuidade aos projectos que arrancaram em 2017, nomeadamente na área da Modernização Administrativa, em que se deu início a um significativo trabalho de simplificação, desburocratização dos serviços, procurando uma maior eficiência e eficácia. Este projecto, tendo também inerente uma significativa mudança cultural, é um trabalho de longo termo em que muito há ainda a fazer para uma real mudança dos serviços municipais, de acordo com as exigências do mundo actual”, disse a autarca independente.

AO PÚBLICO, a especialista em marketing e comunicação levantou a ponta do véu relativamente à sua saída da NAU: “O clima de guerrilha política que se instalou no rescaldo do último sufrágio eleitoral [que ditou a derrota de Elisa Ferraz] não está de acordo com a minha forma de intervenção cívica. De facto, considero que aquilo que me caracteriza é a capacidade de abraçar projectos e desafios.”

Assumindo-se como uma “cidadã livre e independente”, Dália Vieira explicou que esse foi o espírito que presidiu ao projecto que integrou em 2017 e que agora quer reforçar com um único propósito: “Servir Vila do Conde e não estar sujeita a projectos, guerras pessoais e politicas.”

Sugerir correcção
Comentar