PJ detém nove suspeitos do homicídio nos festejos do FC Porto. Grupo terá impedido a fuga da vítima

Um dos nove detidos é Marco Gonçalves, membro influente dos Super Dragões e pai do jovem que terá desferido golpes fatais.

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fau fabio augusto

Nove pessoas foram detidas esta quarta-feira, no Porto, no âmbito da Operação Fim de Festa, que investiga o homicídio de um adepto do FC Porto na madrugada de 8 de Maio. Os homens são suspeitos de co-autoria do homicídio e têm “vastos antecedentes criminais”, anunciou a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado.

O PÚBLICO apurou que as autoridades acreditam que os suspeitos tenham impedido a fuga de Igor Silva, o jovem que morreu na Alameda do Dragão, existindo também a suspeita de que este grupo esteve envolvido nas agressões que antecederam o homicídio.

Um dos nove detidos é Marco Gonçalves, membro influente dos Super Dragões e pai do jovem que se encontra detido por suspeita da morte do adepto. Marco Gonçalves já tinha sido constituído arguido por ofensa à integridade física, depois de se ter apresentado voluntariamente na PJ há cerca de três semanas. Acabaria por sair em liberdade, mas a polícia continuaria a investigar um alegado envolvimento deste membro nos desacatos que culminaram na morte de Igor Silva.

Os nove detidos têm idades entre os 20 e os 42 anos e o primeiro interrogatório judicial terá lugar no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto esta quinta-feira.

Carlos Duarte, advogado de um dos detidos nesta operação, garante que o seu cliente não desempenhou um papel no homicídio de Igor Silva junto ao Estádio do Dragão.

“Na nossa opinião, confundiu-se o trigo com o joio. Trouxeram arguidos que não têm rigorosamente nada a ver com os factos em causa”, começou por dizer o advogado, em declarações aos jornalistas. Carlos Duarte considera que houve uma “pressão mediática” para se realizarem estas nove detenções, traçando uma linha entre as agressões que antecederam o homicídio e os últimos momentos da vida do jovem assassinado: “Uma coisa é estar envolvido no acto que proporcionou o homicídio, outra coisa é estar envolvido num crime de ofensa à integridade física.”

A morte de Igor Silva manchou a noite de festejos do FC Porto, depois de um título conquistado horas antes no Estádio da Luz. Seria mesmo no reduto do Benfica que os primeiros confrontos aconteceriam, com Marco Gonçalves e o jovem assassinado a trocarem agressões nas bancadas das “águias”. A animosidade entre as famílias dos envolvidos recuava, pelo menos, até Janeiro, com vários incidentes de agressões e insultos nos últimos cinco meses.

Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, afastou a claque dos incidentes, garantindo que não existiriam confrontos dentro do estádio dos “dragões”. No jogo de consagração frente ao Estoril, vários elementos da claque portista prestaram homenagem a Igor Silva, entoando o nome do jovem e exibindo tarjas.

Marco Gonçalves, um dos detidos esta quarta-feira, já tinha estado envolvido em cenas de violência: em Abril de 2017, partiu com uma joelhada o nariz a um árbitro no jogo entre o Canelas 2010 e o Rio Tinto. O árbitro foi transportado para o hospital e o jogo foi cancelado. A violência da agressão foi tal que o juiz teve de fazer uma cirurgia correctiva ao nariz e acabaria por receber, após decisão judicial, uma indemnização de 3600 euros.

Em 2014, Marco Gonçalves foi detido por agressão a um agente da PSP, durante um jogo do FC Porto no Estádio da Luz.

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