O jogo 100 de Fernando Santos na selecção: “Temos de ganhar”

Embate com a República Checa poderá projectar Portugal para a liderança isolada do grupo 2, na Liga das Nações. Seleccionador alerta para a organização do adversário.

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Fernando Santos durante o treino LUSA/MIGUEL A. LOPES

O 100.º jogo de Fernando Santos à frente da selecção é uma oportunidade de ouro para Portugal se isolar no comando do grupo 2 do primeiro escalão da Liga das Nações. Nesta quarta-feira, o seleccionador nacional destacou a paciência ("com objectividade") e a atenção redobrada que os jogadores terão de ter para ultrapassarem uma República Checa que levantará problemas diferentes dos encontrados até agora.

Um empate em Sevilha, diante da Espanha, e um triunfo folgado sobre a Suíça, em Lisboa, deixam a equipa portuguesa em boa posição para atacar a primeira posição, a única que garante o acesso à final four da prova. Em igualdade pontual com os checos, que impuseram um empate aos espanhóis na última jornada, um triunfo na quinta-feira à noite (19h45) deixará Portugal sem oposição no comando do grupo.

“Vamos enfrentar uma equipa que joga num 5x4x1 m organização defensiva, e em 3x4x3 em organização ofensiva. Já enfrentámos equipas com a mesma organização estrutural, como a Bélgica e a Alemanha, mas que são equipas de posse, que nos empurram para trás. Esta é uma equipa bem organizada, compacta, que joga num espaço de 20/25 metros, não baixa as linhas para junto da área. Na zona central vai haver aglomeração de jogadores e vão criar-nos dificuldades. Há que ter paciência para encontrar os momentos certos, os espaços que existem”, perspectiva o seleccionador.

Feito o diagnóstico, Fernando Santos assegura que as escolhas para o “onze” dependerão mais do perfil do adversário e da estratégia idealizada para desmontar a República Checa, e não tanto da gestão da condição física dos jogadores. Até porque o tempo de recuperação face ao jogo com a Suíça é ligeiramente superior ao que se registou entre as duas partidas anteriores.

“Obviamente que temos de ganhar. Temos 11 milhões a querer ganhar”, insiste o treinador, acrescentando mais uma camada à análise do adversário. “É uma equipa com um processo simples a atacar, não só é forte nas transições, como é forte em ataque rápido. Não é uma equipa que queira levar tanto a bola. Tem sempre como mira a profundidade, já no jogo com a Espanha vimos isso. Está muito rotinada nesta forma de jogar e temos de ter a atenção necessária”.

Quanto ao jogo 100 (71 jogos, 47 vitórias, 17 empates e sete derrotas), número redondo e prova de um percurso de invulgar continuidade na selecção principal, Fernando Santos é rápido na resposta quando instado a eleger o momento que mais o tocou. “O momento mais marcante de todos foi o primeiro jogo pela selecção. Não haveria 100 sem haver primeiro. Lembro-me perfeitamente do dia em que cheguei ao estádio”. Foi a 11 de Outubro de 2014, no Stade France, arredores de Paris, uma das pouquíssimas derrotas (2-1) averbadas por Portugal desde então.

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