Governo decreta luto nacional pela morte de Paula Rego
A data para o dia de luto nacional ainda está por definir, dado que ainda não estão marcadas as cerimónias fúnebres da artista.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quarta-feira que o Governo decidiu decretar um dia de luto nacional pela morte da pintora Paula Rego, destacando-a como uma artista de qualidade excepcional e com grande reconhecimento internacional.
A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã desta quarta-feira em Londres, aos 87 anos. De acordo com o galerista Rui Brito, a artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”.
“O Governo decidiu decretar um Dia de Luto Nacional em homenagem à pintora Paula Rego”, refere uma nota de pesar divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro. Fonte do executivo adiantou à agência Lusa que desta vez não foi logo definida uma data para o dia de luto nacional porque ainda não estão marcadas as cerimónias fúnebres de Paula Rego. “É uma questão que terá de ser gerida pela família da pintora”, justificou a mesma fonte.
No comunicado, António Costa salienta que Paula Rego “era uma artista de qualidade excepcional, cuja obra alcançou um grande reconhecimento internacional”. “As suas pinturas, desenhos e gravuras encerram imagens poderosas que ficarão sempre connosco e com as gerações por vir. Aos seus familiares e amigos, o primeiro-ministro apresenta as mais sentidas condolências”, refere-se no mesmo texto.
Na mesma nota de pesar, recorda-se que Paula Rego nasceu “durante a ditadura salazarista” e “fez a sua formação artística em Londres, onde residiu grande parte da vida, mantendo sempre intacta a ligação a Portugal”.
“A sua obra alimenta-se de referências e memórias portuguesas, como os contos populares ou a literatura de Eça de Queirós, e Paula Rego foi uma artista atenta à nossa realidade social. Autora de um universo figurativo singular, as suas obras não se parecem com mais nada do que com Paula Rego”, acrescenta-se.
Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais.
Nascida a 26 de Janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant"Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes.
Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal.
Notícia actualizada às 16h50