Zelensky quer “desocupação total” do território ucraniano
Combates em Severodonetsk continuam intensos, mas cidade mantém-se sob controlo ucraniano. Kiev acusa Rússia de prender 600 cidadãos ucranianos em Kherson.
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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a prometer que a Ucrânia não irá fazer cedências territoriais para garantir um acordo de paz com a Rússia. No terreno, a resistência em Severodonetsk mantém-se, mas as autoridades locais admitem dificuldades em manter as forças russas fora do centro da cidade.
“Já perdemos demasiadas pessoas para simplesmente podermos ceder o nosso território”, declarou Zelensky durante uma conferência online organizada pelo Financial Times esta terça-feira. “Temos de alcançar a desocupação total de todo o nosso território”, acrescentou o Presidente ucraniano, deixando bem claro quais são as condições de Kiev face a futuras negociações de paz.
No entanto, a perspectiva de conversações entre a Ucrânia e a Rússia tendo em vista o fim do conflito iniciado pela invasão russa do país vizinho parece manter-se longínqua. A Rússia, que fez da tomada da região do Donbass o seu objectivo primordial, tem alcançado algumas vitórias territoriais e agora está concentrada na tomada de Severodonetsk, uma cidade importante estrategicamente na província de Lugansk.
O Ministério da Defesa russo disse que as suas Forças Armadas, em conjunto com os rebeldes separatistas seus aliados, controlam 97% de todo o território de Lugansk, faltando apenas a tomada total de Severodonetsk e da cidade-gémea, Lysychansk, situada na outra margem do rio Donets.
O governador da província, Sergii Haidai, garantiu que Moscovo ainda não controla Severodonetsk, onde permanecem entre dez e 15 mil civis, mas admitiu que está a ser difícil para o Exército ucraniano manter as forças russas fora do centro da cidade. Haidai também revelou que os bombardeamentos sobre Lysychansk também se intensificaram nesta terça-feira.
As autoridades ucranianas acusaram a Rússia de ter detido ilegalmente 600 cidadãos ucranianos na província de Kherson, ocupada desde o início da guerra, mantendo pelo menos metade em prisões improvisadas “em condições desumanas”. Trata-se sobretudo de activistas políticos e jornalistas que Kiev considera “presos de guerra”.