Suicídios diminuíram em 2020. “Estou com muito mais medo do que aí vem do que do que já passou”
Os confinamentos, o receio do contágio, o menor acesso aos serviços de saúde e a incerteza em relação ao futuro não conduziram a um aumento do suicídio no imediato. Nem isso seria de esperar, dizem os especialistas. O que houve, no início da pandemia, foi um aumento de perturbações de adaptação, não de doença mental.
Quem acreditava que o suicídio iria disparar com a pandemia de covid-19, vai achar inesperado este resultado. São números oficiais e referem-se apenas ao primeiro ano da crise do coronavírus, mas os dados sobre as causas de morte em 2020 há dias revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que os suicídios até diminuíram ligeiramente em Portugal. Houve 941 óbitos por “lesões auto-provocadas intencionalmente” em 2020, menos 35 do que no ano anterior e menos 48 face a 2018, mas dois psiquiatras, um médico de saúde pública e um sociólogo ouvidos pelo PÚBLICO não se mostram surpreendidos, apesar de frisarem que é preciso olhar com cautela para estes números, uma vez que as mortes por esta causa estão subnotificadas, dificultando uma interpretação rigorosa do fenómeno.
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