Morreu o padre João Seabra

Figura importante do catolicismo português, envolveu-se no movimento conservador Comunhão e Libertação.

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João Seabra Patriarcado de Lisboa

Morreu esta sexta-feira o padre João Seabra, figura importante do catolicismo português, informou o Patriarcado de Lisboa. Tinha 72 anos.

Tocou a vida de várias gerações que passaram pelo campus da Universidade Católica Portuguesa (UCP), em Lisboa, que lhe seguiram os passos pelas paróquias da cidade, que com ele abraçaram o movimento conservador Comunhão e Libertação (CL), mas também era conhecido dos portugueses pelas suas aparições nos meios de comunicação, dando a sua opinião, em momentos que a Igreja Católica procurou distanciar-se da política.

Nasceu em Lisboa, a 14 de Setembro de 1949. Licenciado pela Faculdade de Direito de Lisboa, entrou para o Seminário dos Olivais em 1973. Fez a licenciatura em Teologia, na UCP, e a licenciatura em Direito Canónico, na Universidade de Salamanca.

Foi ordenado sacerdote a 5 de Novembro de 1978. Doutor em Direito Canónico pela Pontifícia Universidade Urbaniana, foi cónego da Sé Patriarcal de Lisboa e director do Instituto Superior de Direito Canónico, da UCP. Foi também capelão da Universidade Católica, pároco em Santos-o-Velho e na igreja de Nossa Senhora da Encarnação, no Chiado.

Foi defensor do vínculo do Patriarcado e acompanhou as Equipas de Casais e de Jovens de Nossa Senhora. Fundou e foi presidente da associação educativa que possuiu o Colégio de São Tomás, em Lisboa, e o Colégio São José do Ramalhão, em Sintra.

Em 2019, foi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo lembra “homem da fé e da razão"

O Presidente da República lembrou o “amigo” João Seabra como um “homem da fé e da razão”, considerando que “poucas figuras da Igreja portuguesa das últimas décadas são tão carismáticas, enérgicas e interventivas” como o antigo capelão da Universidade Católica.

“Homem da fé e da razão, da acção e do pensamento, mostrou-se sempre incansável na defesa não apenas das suas convicções, mas da verdade cristã que professava, apostado na formação dos jovens, defensor da necessidade de dar testemunho e de não temer ir contra a corrente”, lê-se na mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa publicada no site da Presidência.

“Dele se disse que foi o melhor bispo que nunca tivemos”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa descreveu-o como “aluno brilhante de Direito, na Universidade de Lisboa, doutorado em Direito Canónico, em Roma, foi capelão da Universidade Católica, pároco de Santos-o-Velho e de Nossa Senhora da Encarnação, cónego da Sé Patriarcal, e esteve ligado à fundação do Colégio de São Tomás e ao Movimento Comunhão e Libertação”.

“Foi também um sacerdote, colega e grande amigo com quem muito convivi, desde os 12 anos, que estimei, em especial nos anos turbulentos da mudança de regime, e cujo percurso e personalidade marcantes nunca deixei de acompanhar”, salientou.

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