Nadal tirou Djokovic do caminho em Roland Garros
Espanhol, recordista de títulos no torneio francês do Grand Slam, venceu o sérvio após uma maratona de 4h12m e apurou-se para as meias-finais.
Rafael Nadal tinha mostrado relutância em disputar a sessão nocturna desta terça-feira em Roland Garros, por causa da humidade e da velocidade da bola, mas o espanhol não se deu nada mal (como é tradição, em Paris). Numa espécie de final antecipada, o multicampeão do torneio francês eliminou o líder do ranking, Novak Djokovic, por 6-2, 4-6, 6-2 e 7-6 (7/4), para continuar a saga em busca do 14.º título.
Foi um primeiro set de sonho para o maiorquino, nestes quartos-de-final. Consistente nos jogos de serviço e intratável nas pancadas longas de direita, Nadal conseguiu, com relativa facilidade, somar dois breaks diante do detentor do título e, em 52 minutos, fechou o parcial inicial, com 6-2.
Detentor de 13 troféus de Roland Garros, num percurso vitorioso que começou em 2005, o espanhol dava um passo sólido para se aproximar das meias-finais, já com Alexander Zverev à espera. E a entrada no segundo set acentuava essa tendência, com um 3-0 assente num sólido jogo de serviço e em dois novos breaks.
A reacção de Djokovic, porém, foi contundente. Ao melhorar a eficácia no serviço e ao baixar o índice de erros não forçados, o sérvio foi paulatinamente recuperando terreno, conseguiu devolver os breaks ao adversário e ganhou ascendente na partida. Nadal ainda lutou pelo set, forçando um longuíssimo período de vantagens nulas no serviço do adversário, mas o líder do ranking impôs-se mesmo, por 4-6, após 88 minutos.
Era a vez de o maiorquino reagir. E a reentrada no court foi demolidora, novamente impulsionado por um jogo de serviço muito forte, que animicamente o elevou e que contribuiu para que Djokovic voltasse a acumular erros não forçados (foram 16 contra sete). Mesmo nas acções de rede, Nadal foi mais competente, voltou a quebrar o serviço do sérvio por duas vezes e fechou com 6-2.
Assistia-se a períodos de domínio alternado, sem que os dois conseguissem exibir-se ao melhor nível em simultâneo. Por isso, não surpreendeu totalmente que Novak Djokovic tivesse entrado a ganhar no quarto parcial, conseguindo um break e chegando ao 3-0 com um jogo de serviço em branco. O relógio marcava 00h20 em Paris, menos uma hora em Portugal continental.
O número um do ranking estava claramente por cima (oito pontos ganhos consecutivamente) e a exibir sinais de que poderia chegar ao segundo break, mas Nadal respondeu e reduziu para 3-1, repetindo a fórmula a 4-2, com um jogo de serviço em branco, e a 5-3, antes de quebrar o serviço do sérvio para 5-4 e igualar, de seguida, o jogo.
Já com mais de 3h50m decorridas, Djokovic interrompeu a recuperação do actual 5.º classificado do ranking, mas já não foi capaz de impedir um novo serviço em branco do espanhol, que forçou um tie-break. E Nadal entrou a comandar, fazendo uso do seu tremendo slice e de uma fiabilidade notável, que lhe permitiu chegar com facilidade a 6-1 e gozar de cinco match-points. O sérvio ainda anulou três, mas cedeu no quarto e, após uma batalha de 4h12m, vai ver as meias-finais do lado de fora do court.
“Estou emocionado. Para mim é incrível jogar aqui, só vos digo obrigado, obrigado, obrigado a todos. É incrível. Este é o torneio mais importante da minha carreira e sentir este apoio vosso é muito especial para mim”, começou por dizer, em francês, para depois deixar rasgados elogios a Djokovic, mas já em inglês, admitindo também ter jogado a “um nível inesperado”. Agora, terá um par de dias para recuperar do esforço e regressar ao Philippe Chatrier na sexta-feira.