Rede mais eficiente e 20 novos radares começam nesta quarta-feira a funcionar em Lisboa
Os novos equipamentos vão juntar-se aos 21 já existentes que foram dotados de novas capacidades para melhor detectar infracções aos limites de velocidade.
O controlo de velocidade vai ficar mais apertado. A Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou que começam nesta quarta-feira a funcionar de forma gradual os 20 novos radares de segurança rodoviária/controlo de velocidade na cidade, que se juntam aos 21 já existentes que foram renovados, obtendo novas valências.
A decisão de instalar novos equipamentos foi tomada pela anterior presidência da autarquia, mas a actual decidiu levar avante, num investimento 2,142 milhões de euros (IVA incluído), sendo 1,4 milhões de euros para a aquisição dos 21 novos radares.
Os 41 equipamentos que passam a estar operacionais na capital vão estar capacitados para fazerem o controlo de velocidade nos dois sentidos da faixa de rodagem e com uma detecção de maior amplitude.
Outra das novas funcionalidades é a capacidade dos aparelhos captarem e transmitirem dados em tempo real para o Centro de Coordenação da Mobilidade, nomeadamente sobre as velocidades médias em cada controlo, o número de veículos, a distância média entre eles e a sua tipologia. Informação que, segundo o município, permitirá à Polícia Municipal “um controlo de tráfego mais efectivo e uma maior capacidade para evitar congestionamentos”.
A Câmara de Lisboa também já revelou que, além da sinalização de trânsito que decorre do Regulamento de Sinalização de Trânsito, foram instalados “painéis informativos” em todas as localizações dos novos radares, “de forma a sensibilizar os cidadãos para a necessidade de serem praticadas velocidades mais reduzidas, promovendo uma Lisboa + Segura”.
Questionado no final da semana passada sobre a utilidade dos novos aparelhos e a remodelação dos já existentes, Carlos Moedas, presidente da CML afirmou que estes devem ser vistos não como uma punição, mas sim como algo que protege os cidadãos
“É importante olharmos para os radares de maneira diferente, não devem ser punitivos. As pessoas devem saber que os radares ali estão, portanto, eles vão ser anunciados. As pessoas sabem as zonas onde vão estar os radares e nessas zonas sabem que têm de ir a uma velocidade que proteja as pessoas e, portanto, uma velocidade mais baixa. As pessoas têm a escolha de respeitar ou não”, salientou Carlos Moedas.
O presidente da autarquia afirmou ainda que a sinalização dos radares vai estar “bem visível”, garantindo que ninguém que viole os limites de velocidade será multado “sem saber por o radar estar escondido”. “As pessoas vão ser avisadas de antemão onde os radares vão estar, sabendo que naquelas zonas há que respeitar os limites de velocidade”, acrescentou.
Segundo a autarquia, a nova rede de radares tem como objectivo “a diminuição da velocidade praticada nas vias e, em consequência, a redução do número de acidentes e a minimização dos seus impactos nas vítimas”.
E violar os limites de velocidade não sai barato aos cidadãos. Os valores das coimas são os seguintes: até 20 km acima da velocidade permitida, entre 60 e 300 euros; entre os 20 e os 40 km, 120 a 600 euros; entre 40 e 60 km de 300 a 1500 euros; e mais de 60 km de 500 a 2500 euros.
A violação dos limites de velocidade leva também à perda de pontos na carta de condução: dois por contra-ordenações graves (até 20 km acima do permitido) e quatro por contra-ordenações muito graves (acima de 60 km). Cada carta de condução tem inicialmente 12 pontos.
A subtracção de pontos à carta tem implicações que podem ir desde a obrigação de frequentar uma formação à perda do título de condução.
Segundo os últimos dados revelados pela CML, a aplicação de coimas em Lisboa no âmbito da instalação de radares na capital nos últimos seis anos, excluindo 2021, foram em média 116.700/ano. O total das multas é repartido entre a Câmara de Lisboa (55%), a Autoridade Tributária (35%) e a Autoridade Nacional Segurança Rodoviária (10%).
As novas localizações onde vão ser instalados estes aparelhos são as avenidas Santos e Castro (dois radares), Lusíada (dois), General Norton de Matos (um), Padre Cruz (dois), Marechal Gomes da Costa (um), da Índia (um), Infante Dom Henrique (dois), Dr. Alfredo Bensaúde (dois), Almirante Gago Coutinho (um), de Ceuta (um), Calouste Gulbenkian (um), Marechal Craveiro Lopes (um), a 2.ª Circular (um) e a Avenida dos Combatentes (dois).
Já os 21 radares a substituir localizam-se nas avenidas da Índia e Brasília (dois), Infante Dom Henrique (dois), de Ceuta (dois), Gen. Correia Barreto (dois), Estados Unidos da América (dois), Marechal Gomes da Costa (um), Almirante Gago Coutinho (um), Eusébio da Silva Ferreira (um), 05 de Outubro (um), da Igreja (um), Cidade do Porto (um), João XXI (um), Afonso Costa (um), Eng. Duarte Pacheco (um), na 2.ª Circular (um) e na Avenida das Descobertas (um).