Ricardo Sá Pinto vai apresentar queixa-crime contra comandante da GNR

O treinador do Moreirense foi sancionado com 15 dias de suspensão e uma multa de 2805 euros por alegada má conduta após o jogo com o Vizela, o que o mesmo diz ser um ataque ao seu “bom nome”.

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Ricardo Sá Pinto na bancada durante o jogo entre o Moreirense e Chaves LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

O treinador Ricardo Sá Pinto, que viu o Moreirense ser despromovido à II Liga de futebol, informou esta segunda-feira que vai apresentar uma queixa-crime contra o comandante do Destacamento Territorial da GNR de Guimarães.

“No relatório por si realizado após o jogo Moreirense-Vizela, em 14 de Maio, fabricou este agente de autoridade, de forma consciente e deliberada, um documento falso relativo à actuação do treinador após o jogo, situação agravada pelas funções que exerce”, expôs o técnico, em comunicado, lamentando que “este facto que não corresponda à verdade”.

Ricardo Sá Pinto criticou no sábado a sua ausência nos dois encontros com o Desportivo de Chaves, do play-off de permanência na I Liga, que ditou a descida dos minhotos ao escalão secundário oito anos depois, atribuindo culpas ao comandante Orlando Mendes.

“Este capitão é um grande mentiroso. As pessoas da vila de Moreira de Cónegos têm de se revoltar perante este capitão, que pôs em causa o sucesso deste clube. Ninguém diz nada, mas sabem o que vai acontecer? Vai ser contra tudo e contra todos”, atirou o ex-internacional português, na véspera da vitória ante os flavienses (1-0), que foi escassa para anular a desvantagem (2-0) trazida da primeira mão, realizada em Trás-os-Montes.

O treinador foi sancionado com 15 dias de suspensão e uma multa de 2805 euros, tendo em conta incidências no final do triunfo frente ao Vizela (4-1), da 34.ª e última jornada, que, aliada ao empate do Tondela com o Boavista (2-2), levou o Moreirense ao play-off.

De acordo com o relatório do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que incluiu o testemunho do comandante do Destacamento Territorial de Guimarães, a punição deveu-se a “lesão da honra e da reputação e denúncia caluniosa”.

“Esta falsificação, além de denegrir a imagem e o bom nome do treinador, foi relevante e decisiva para a suspensão de Ricardo Sá Pinto nos dois encontros que constituíram o play-off de manutenção na I Liga”, prossegue o comunicado do técnico do Moreirense.

Após o apito final do árbitro Nuno Almeida, Ricardo Sá Pinto “percorreu parte do relvado em direcção à bancada topo norte, onde se encontravam ainda parte dos adeptos do Vizela”, que viram “como provocatórios” dois gestos e palavras proferidas pelo técnico.

“Na denúncia que irá apresentar decorrente da prática deste crime, será reclamada uma indemnização por ofensa à dignidade e bom nome de Ricardo Sá Pinto”, assegura o ex-avançado, horas depois de a GNR ter informado que participará criminalmente contra si.

A Associação Nacional de Oficiais da Guarda (ANOG) já tinha repudiado as “palavras de ódio” do treinador e desafiado Moreirense e Liga Portuguesa de Futebol Profissional a “demarcarem-se publicamente deste comportamento contrário ao espírito desportivo”.