Madeira quer criar mais dois recifes artificiais com embarcações

No arquipélago da Madeira já existem vários recifes artificiais criados com embarcações.

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A corveta General Pereira d'Eça, afundada na ilha do Porto Santo para se tornar um recife artificial Tecnovia

O Governo da Madeira pretende criar mais dois recifes artificiais, um processo que depende da disponibilidade financeira e dos apoios comunitários, anunciou esta terça-feira o secretário regional do Mar e das Pescas, Teófilo Cunha.

“Havendo disponibilidade, temos duas embarcações que podem ser transformadas em recifes artificiais”, disse Teófilo Cunha aos jornalistas à margem da abertura do primeiro Encontro Regional Escola Azul. Esta iniciativa, com o lema “A Minha Escola é Azul” e dedicada à limpeza e preservação do oceano, resulta de uma parceria entre a Secretaria Regional da Educação, Ciência e Tecnologia e cerca de 30 estabelecimentos escolares da região.

O governante adiantou que o processo de transformação de uma embarcação representa um investimento que “pode rondar os 500 a 600 mil euros”. “É um valor avultado, mas, assim que haja possibilidade, será um dos nossos objectivos”, afirmou, referindo que o quadro comunitário de apoios que permite este tipo de investimentos “ainda não está aberto”.

Na Madeira existem vários recifes artificiais criados com embarcações, como os casos das corvetas da Marinha Portuguesa Afonso Cerqueira (submersa na zona do Cabo Girão, no concelho de Câmara de Lobos) e General Pereira d'Eça e do navio Madeirense (na ilha do Porto Santo).

Sobre a rede das escolas azuis, o responsável argumentou ser um processo que o executivo madeirense pretende que decorra “sem pressas e de forma consolidada”. “O nosso desejo é termos muitas escolas, mas é importante que a adesão se faça de maneira que todas elas possam trabalhar sem atropelos, com condições e entusiasmo na preservação do mar e da biodiversidade”, sublinhou.

Teófilo Cunha salientou que “o oceano é um pilar fundamental da sustentabilidade do nosso planeta” e considerou que o mar da Madeira, “felizmente, não é razão de preocupação”. Aficionado do mergulho amador, complementou: “Isto não quer dizer que temos de baixar a guarda e há muito trabalho a fazer para evitar que lixos vão para o mar”.

O governante também alertou para o problema das alterações climáticas e do aquecimento global, argumentando que a capacidade do mar para absorver o CO2 emitido pela acção humana “está a atingir o limite”.

Por fim, enalteceu o alargamento da Reserva das Selvagens e enfatizou que “não há volta a dar à aquacultura”, porque todos os anos nascem mais de 80 mil pessoas, o equivalente à população alemã, e se a captura continuar ao ritmo actual dentro de 30 anos “muitas espécies terão desaparecido”.