Kamala Harris apela à proibição de armas de assalto nos EUA
Vice-presidente diz que estas armas foram concebidas para “matar muitos seres humanos com muita rapidez” e são, por isso, “armas de guerra” que “não têm lugar numa sociedade civil”. Biden vais este domingo a Uvalde.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, fez um apelo à proibição de armas de assalto após dois incidentes de disparos em massa nos EUA, dizendo que estas são “armas de guerra” e que “não têm lugar numa sociedade civil”.
Kamala Harris fez o apelo no sábado, depois do funeral de Ruth Whitfield, 86 anos, morta num ataque racista num supermercado em Buffalo, estado de Nova Iorque, no dia 14 de Maio, em que morreram dez pessoas. Dez dias depois, outro ataque deixou 19 crianças e duas professoras mortas numa escola primária em Uvalde, Texas.
“Sobre a questão da violência com armas, digo, como já disse inúmeras vezes, que não estamos à espera de perceber o que poderá ser uma solução. Não é como se estivéssemos a desenvolver uma vacina”, disse aos jornalistas após o funeral. “Sabemos o que funciona. E o que funciona é ter uma proibição das armas de assalto”, declarou.
“Sabem o que é uma arma destas? Sabem para que foi criada? Foi feita com um objectivo específico, o de matar muitos seres humanos com rapidez. É uma arma de guerra que não tem lugar numa sociedade civil.”
Esta não é a primeira vez que Harris pede uma proibição deste tipo de armas. A vice-presidente disse ainda que era necessário haver ainda mais background checks (pedidos de informação que alguns comerciantes de armas com licença têm de fazer ao FBI sobre quem queira comprar uma arma). “Todos deviam concordar que isto não devia estar a acontecer no nosso país, e que devíamos ter a coragem de fazer algo sobre isso”, declarou.
Kamala Harris não respondeu, no entanto, a uma pergunta sobre se o Presidente, Joe Biden, poderia levar a cabo uma via de ordem executiva para seguir com medidas de controlo de armas se o Congresso não aprovar alterações significativas.
O Presidente disse antes que não lhe restava muita opção pela via executiva e por isso a sua missão era “convencer o Congresso” a aprovar legislação, como aconteceu, em 1994, com a proibição de armas de assalto (e de carregadores de capacidade para mais de dez balas). Esta lei tinha, no entanto, uma cláusula de término para 2004, e a tentativa de a prolongar falhou.
Biden visita este domingo Uvalde para se reunir com familiares das vítimas.