Coreia do Norte terá lançado três mísseis, incluindo um intercontinental

Os disparos ocorreram um dia depois de Joe Biden ter terminado a sua primeira visita à Ásia e de se ter comprometido a retomar e ampliar os exercícios militares com Seul. Novo Presidente sul-coreano diz que “a bola [do diálogo] está no campo de Kim Jong-un”.

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Este terá sido o 15.º teste de mísseis feito pela Coreia do Norte em 2022 Reuters/KIM HONG-JI

A Coreia do Norte disparou três mísseis para o mar do Japão ao início da manhã desta quarta-feira, incluindo um que as Forças Armadas sul-coreanas acreditam ser um míssil balístico intercontinental. A confirmar-se, seria o segundo lançamento bem-sucedido deste tipo de projéctil no período de dois meses por parte de Pyongyang.

O míssil que Seul suspeita ser de longo alcance foi lançado a partir dos arredores da capital norte-coreana, por volta das seis da manhã locais, e percorreu 360 quilómetros a uma altitude máxima de 540 quilómetros. Poderá tratar-se do Hwasong-17, o mais recente sistema de míssil balístico intercontinental da Coreia do Norte, que já tinha sido testado em Fevereiro e Março.

Cerca de 40 minutos mais tarde foi detectado o disparo de um míssil de curto alcance que terá explodido a 20 quilómetros de altitude. Um terceiro projéctil foi lançado logo a seguir e percorreu cerca de 760 quilómetros.

Como habitualmente, as Forças Armadas sul-coreanas denunciaram o lançamento do míssil de longo alcance como “uma provocação séria” e acusaram o regime de Kim Jong-un de violar resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

O disparo dos mísseis deu-se apenas um dia depois de Joe Biden ter estado em Tóquio numa reunião do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad), com Japão, Índia e Austrália, cujo comunicado final “condena os desenvolvimentos e lançamentos desestabilizadores de mísseis balísticos da Coreia do Norte” e pede a Pyongyang que “cumpra as suas obrigações impostas pelas resoluções do Conselho de Segurança, abstenha-se de provocações e inicie um diálogo sério”.

O Presidente dos Estados Unidos esteve em Seul no sábado, onde se reuniu com o novo líder sul-coreano e se comprometeu a usar as capacidades militares norte-americanas como “dissuasão” aos intentos de Pyongyang. Biden também prometeu retomar e ampliar os exercícios militares conjuntos, que estiveram suspensos durante a Presidência de Donald Trump.

Logo depois dos lançamentos norte-coreanos, a força conjunta americana e sul-coreana em Seul também disparou dois mísseis para o mar do Japão.

O gabinete do Presidente Yoon Suk-yeol, que tomou posse a 10 de Maio, acredita que a Coreia do Norte se prepara para fazer um teste com armas nucleares em breve. “Temos detectado testes operacionais de um dispositivo de detonação nuclear”, disse aos jornalistas um responsável da Segurança Nacional, Kim Tae-hyo, citado pela agência de notícias Yonhap.

Numa entrevista à CNN divulgada na terça-feira, Yoon Suk-yeol disse que a estratégia de diálogo com a Coreia do Norte, seguida pelo antecessor, fracassou. “A política de estarmos excessivamente preocupados com o que a outra parte está a pensar não funciona e foi um falhanço nos últimos cinco anos”, declarou, acrescentando: “A bola está no campo de Kim. Ele é que tem de escolher se começa um diálogo connosco.”

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