Ex-Presidente pró-russo da Moldova suspeito de corrupção e enriquecimento ilícito

Autoridades dizem que há “suspeitas razoáveis” de corrupção passiva, enriquecimento ilícito e traição de Igor Dodon. Autoridades fizeram buscas na sua casa e escritório esta terça-feira.

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Igor Dodon ocupou o cargo de Presidente da Moldova entre 2016 e 2020 EPA/DUMITRU DORU

As autoridades moldavas realizaram buscas nesta terça-feira na residência do ex-Presidente da Moldova, Igor Dodon, que ocupou o cargo de chefe de Estado entre 2016 e 2020, por alegada corrupção e traição, no meio das tensões crescentes sobre a invasão da Ucrânia, no dia 24 de Fevereiro. Uma primeira informação avançada pela vice-presidente do Partido Socialista, Vlad Batrincea, citada pela Reuters, dava conta da detenção de Dodon por 72 horas, mas, entretanto, a mesma foi desmentida.

A porta-voz do Ministério Público, Mariana Kerper, detalhou ainda que a busca foi feita por funcionários da Procuradoria Anticorrupção do Centro Nacional de Anticorrupção (NAC) e pelo Serviço de Informação e Segurança (SIS).

A busca decorreu como parte de um caso que envolve “suspeitas razoáveis” de que Dodon tenha praticado crimes de corrupção passiva, enriquecimento ilícito, traição, entre outros, segundo o jornal moldavo Komsomolskaya Pravda v Moldove, citado pela Europa Press.

O Ministério Público da Moldova já convocou Dodon para testemunhar em Dezembro de 2021 como suspeito de ter incorrido num esquema para desviar recursos públicos, embora o ex-Presidente tenha requerido a intimação de “cortina de fumo”.

De acordo com os juízes de instrução, os dirigentes da empresa Energocom, que garante o fornecimento da energia eléctrica no país, terão conspirado com vários funcionários do Ministério da Energia e da Agência Nacional de Regulação Energética, entre outros, para adquirir energia com custos excessivos - que acabariam por gerar lucros.

Nesta ocasião, o registo ocorreu durante o aumento das tensões na região separatista da Transnístria diante da ofensiva militar contra a Ucrânia.

Dodon, pró-russo, foi derrotado nas eleições de 2020 pela conservadora pró-europeia Maia Sandu. A Moldova, uma ex-república soviética candidata à adesão à União Europeia, localizada entre a Ucrânia e a Roménia, está altamente dividida entre fortalecer os laços que já detém com a União Europeia ou com Moscovo.

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