Carris Metropolitana: números dos autocarros a Sul do Tejo vão mudar totalmente a partir de 1 de Junho

Novos autocarros começam a circular no dia 1 de Junho em alguns concelhos da margem Sul. Até lá, os passageiros terão de descobrir o novo número das linhas que normalmente utilizam. A Carris Metropolitana disponibilizou um conversor. Há também uma linha telefónica (210 418 800) para esclarecimento de dúvidas e estão a ser montados mais espaços Navegante para a compra de passes.

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Decoração dos autocarros foi toda uniformizada LUSA/MANUEL ALMEIDA

Falta uma semana para que os autocarros amarelos da Carris Metropolitana comecem oficialmente a circular nos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela, Setúbal e Barreiro. A 1 de Junho, os moradores destes municípios da margem sul do Tejo serão os primeiros a enfrentar todas as mudanças previstas no transporte rodoviário da Grande Lisboa. Até lá, será tempo de adaptação, nomeadamente à nova numeração das linhas, que foi totalmente alterada.

Para o novo desenho da rede, os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa foram divididos em quatro grandes áreas. Os concelhos onde arranca agora a operação – nos restantes será apenas a 1 de Julho – pertencem à área quatro, por isso os percursos neste território ou que dele partam começam por este número. Já o segundo algarismo identificará o concelho onde circula - ou se circula entre concelhos - e os dois restantes indicam a carreira. Por exemplo, o autocarro 768, hoje operado pela Transportes Sul do Tejo, que circula entre Palmela (Terminal) e Vila Nogueira de Azeitão, vai passar a ser o 4550, uma vez que faz parte da área 4 e circula entre concelhos (5).

Para o processo de adaptação ser menos “doloroso”, a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), que é agora responsável pela gestão dos transportes na região, lançou um “conversor” de linhas no seu site, a partir do qual os passageiros podem descobrir qual será a nova linha. Haverá 160 novas linhas (em cerca de 820) e algumas alterações nas paragens, embora Rui Lopo, vogal do conselho de administração da TML, considere que essas terão pouca expressão no conjunto da rede. Em breve ficarão também disponíveis horários das linhas em papel e em formato digital. A Carris Metropolitana disponibilizou também uma linha telefónica (210 418 800) para esclarecimento de dúvidas e estão a ser montados mais espaços Navegante para a compra de passes.

No âmbito desta operação, a AML definiu ainda quatro tipologias de linhas que estão em cores diferentes no mapa da rede: a Linha Próxima (carreiras de proximidade - azul), a Linha Longa (maioria das carreiras com serviço regular - vermelha), a Linha Rápida (ligações directas sobretudo em auto-estrada - amarela) e a Linha Inter-regional (para viajar para fora da AML - cor-de-rosa). Foram ainda criadas as linhas Praia (verde) e Turística (laranja), que serão ainda desenvolvidas. Nos concelhos de Lisboa, Cascais e Barreiro, que têm já transportes municipais, a operação não será afectada.

Apesar de uma expectável confusão inicial entre os passageiros, Rui Lopo nota que com o novo desenho da rede a oferta será reforçada em cerca de 35%, sobretudo com maior frequência de horários e também com a criação de novas linhas. E destaca ainda a renovação de uma frota, que hoje tem uma idade superior a 15 anos.

O caminho que tem sido trilhado ao longo dos últimos anos, sobretudo desde que em 2019 foi lançado um concurso público internacional para o transporte rodoviário na Grande Lisboa, tem sido trabalhar a intermodalidade dos transportes, possibilitando mais ligações (e mais fiáveis) a outros meios de transportes. Para isso, a TML está a trabalhar num sistema de monitorização em tempo real dos veículos, que admite não estar a 100% no início da operação devido à falta de componentes disponíveis no mercado. É esse sistema que alimentará os 370 painéis informativos que serão colocados pelas paragens, em estações ou locais com muita afluência de pessoas e de transportes que indicarão os tempos de espera pelos autocarros.

E alimentará também a aplicação móvel, que vai reunir a informação da Carris Metropolitana e permitir a validação do título de transporte com o telemóvel. Mas isso dependerá também de que todos os validadores dos autocarros tenham tecnologia NFC. A ideia será que a app vá também integrando informações de outros meios de transporte e empresas, para uma verdadeira circulação à escala metropolitana.

De acordo com o responsável, as empresas que operarão sob a marca Carris Metropolitana (no lote quatro é a Alsa Todi), e responderão directamente à TML, têm a frota pronta a ir para a rua, embora reconheça que existem “dificuldades no recrutamento de motoristas”, que espera não porem em causa o funcionamento da operação.

Os passes Navegante, municipal e metropolitano, vão manter o preço nos 30 e nos 40 euros, respectivamente. Mas haverá mudanças nos bilhetes ocasionais, com uma diminuição nos tipos existentes e com especial impacto na compra dos bilhetes a bordo, que serão bem mais caros do que se a viagem for comprada previamente. Para as viagens mais curtas, se o título for comprado previamente, o valor rondará os 0,85 euros, subindo para os 1,55 na linha urbana) e para os 3,10 para a linha rápida. Se comprar o bilhete no autocarro, o valor vai variar entre os 1,25 euros (próxima), 2,60 euros (urbana) e 4,50 euros (rápida). Um bilhete para uma linha inter-regional comprado a bordo custa 2,60 ou 3,60 euros se a carreira sair da AML.

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