Exposição
Em Arca de Não é, vemos dez animais em vias de extinção a desaparecer
A exposição de Sara Felgueiras é inaugurada a 21 de Maio, na Padaria Águas Furtadas, no Porto, e pretende alertar para o desaparecimento de várias espécies e ecossistemas. Parte dos lucros obtidos com a venda de obras reverte para a Associação Natureza Portugal.
Uma exposição cuja mensagem está no que não se vê. Arca de Não é, da autoria de Sara Felgueiras, é uma narrativa visual que junta ilustrações de dez animais em risco de extinção. São cinco espécies com habitat na Península Ibérica e cinco de habitats espalhados pelo mundo. Em cada ilustração, a porção de animal visível depende da quantidade de espécimes que existem: quanto menos se vê o animal, menos exemplares existem no mundo real.
“Não é só um dilúvio que está a levar ao desaparecimento destes animais. São as outras razões, a sobreexploração de ecossistemas, as alterações climáticas”, explica ao P3 Sara Felgueiras. A autora de Arca de Não é conta que a ideia inicial de “simplesmente desenhar rostos de animais” foi ganhando outra dimensão: “Queria fazer algo que fosse além disso e que realmente passasse uma mensagem com a qual me identificasse. A partir do rosto dos animais, surgiu esta componente mais profunda de englobar as questões das alterações climáticas e da sustentabilidade, e passar uma mensagem ao público de que a acção é urgente”.
A exposição é inaugurada na Padaria Águas Furtadas, no Porto, a 21 de Maio, a propósito do Dia da Biodiversidade, que se assinala domingo, 22 de Maio. Na galeria, os animais estarão expostos por ordem decrescente do número de exemplares que existem actualmente, começando na tartaruga-de-pente e a terminar na vaquita, cuja população actual se estima nos dez espécimes. Por cada ilustração original que for vendida, 10 euros revertem para a Associação Natureza Portugal; por cada reprodução (versões em que os animais estão 100% visíveis), 5 euros ficam para a associação.
Sobre o objectivo por detrás da decisão de doar parte dos lucros, Sara Felgueiras revela: “Poder levar a que as pessoas tenham um papel activo. Se tiverem gostado, têm também este extra de poder contribuir para uma associação que está a trabalhar directamente com a protecção de animais, com a educação ambiental.”