Guerra na Ucrânia hoje: o que precisa de saber
António Costa assinou acordo para fornecer apoio financeiro de 250 milhões de euros à Ucrânia. Marcelo Rebelo de Sousa disponível para visitar Kiev. Gazprom suspendeu as exportações de gás à Finlândia. Alemanha e Itália aprovaram pagamentos de gás russo em rublos. Um resumo em actualização ao longo do dia.
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- Especial: Guerra na Ucrânia
► Volodymyr Zelensky convidou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para uma visita a Kiev, informou António Costa depois da visita deste sábado à Ucrânia. A data da visita ainda não foi anunciada, mas Marcelo já se disponibilizou a visitar o país.
► Em Kiev, Costa assinou um acordo para a concessão de um apoio financeiro de 250 milhões de euros de Portugal à Ucrânia: 100 este ano e 150 nos próximos três. A ajuda militar portuguesa a Kiev também deverá prosseguir e o primeiro-ministro mostrou-se disponível para apoiar a Ucrânia na reconstrução de uma região ou a “patrocinar a reconstrução de escolas e jardins-de-infância”.
► Durante a visita a Irpin, subúrbio de Kiev fortemente atingido pela ofensiva russa, António Costa, destacou a devastação da cidade e a “forma cruel” como os carros e edifícios foram atacados com pessoas no interior. O primeiro-ministro salientou ainda que o que está a acontecer na Ucrânia é algo “verdadeiramente criminoso e que visa a pura destruição da vida das pessoas” e do “futuro de um país”.
► Volodymyr Zelensky destacou a “importante” visita de António Costa a Kiev e agradeceu o apoio financeiro de Portugal à Ucrânia. O líder ucraniano afirmou ainda que a visita do primeiro-ministro clarificou o apoio de Portugal em relação à integração da Ucrânia na UE.
► Na mesma linha, António Costa afirmou que acolhe “de braços abertos a opção clara que a Ucrânia fez pela Europa”, referindo-se à vontade do país de aderir à UE. Disponibilizando-se para dar “apoio técnico” na integração da Ucrânia, o líder do executivo português acrescentou ainda que aguarda “com expectativa o relatório sobre a perspectiva europeia da Ucrânia e a integração na UE”, que será discutido em Junho.
► A empresa russa Gazprom suspendeu as exportações de gás à Finlândia. A companhia exigiu que os países europeus paguem pelo fornecimento de gás russo em rublos, mas a Finlândia recusou-se a fazê-lo.
► Por outro lado, Alemanha e Itália aprovaram pagamentos de gás russo em rublos para algumas empresas que estão autorizadas a abrir contas na moeda russa para continuar a adquirir gás russo sem violar as sanções contra Moscovo.
► Rússia assumiu controlo total da cidade de Mariupol 86 dias depois do início da invasão à Ucrânia.
► O Presidente ucraniano considerou que a guerra “só acabará definitivamente pela via diplomática”, numa altura em que as negociações entre Moscovo e Kiev estão num impasse.
► A Ucrânia excluiu o acordo de cessar-fogo com a Rússia e afirmou que Kiev não aceitará qualquer acordo com Moscovo que envolva a cedência de território. “A guerra não vai parar [depois de quaisquer concessões]. Será apenas colocada em pausa durante algum tempo”, revelou o conselheiro presidencial, Mykhailo Podolyak, acrescentando que Moscovo vai iniciar uma nova ofensiva “ainda mais sangrenta e em grande escala”.
► Volodymyr Zelensky pretende ver a Rússia responsabilizada financeiramente pelos danos que as tropas estão a fazer na Ucrânia. O governante sublinhou que Moscovo deve pagar por cada casa, escola, hospital e negócio que destruir, acrescentando que deve ser criado um mecanismo legal para que todos os que sofreram com as acções russas possam ser compensação.
► O antigo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, defendeu que a União Europeia deve tentar convencer a Ucrânia a aceitar as exigências do Presidente russo, Vladimir Putin, para pôr fim à guerra. Berlusconi acrescentou ainda que o fim do conflito passa por “trazer Putin para a mesa das negociações” e não fazer as declarações defendidas pelo Reino Unido e NATO que, segundo o empresário, aumentariam a tensão.
► Reino Unido quer enviar armamento moderno para a Moldova para proteger o país da eventual ameaça de invasão russa, revelou o jornal britânico The Telegraph. A ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, disse que Vladimir Putin está determinado em criar uma “Rússia maior”, embora tenha enfrentado resistência durante a invasão da Ucrânia.
► O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou um projecto de lei para financiar a Ucrânia em cerca de 38 mil milhões de euros como parte do pacote destinado a aumentar o apoio militar ao país.
► As tropas russas dizem ter destruído um importante carregamento de armas ocidentais na região de Zhytomyr, a oeste de Kiev, através de mísseis Kalibr lançados a partir do mar. Em Rivne, a nordeste de Lviv, os mísseis russos atingiram uma infra-estrutura militar e provocaram seis feridos.
► A Rússia vai proibir a entrada no país de 963 americanos, entre os quais o Presidente dos EUA, Joe Biden, o secretário de Estado Antony Blinken e o director da CIA, William Burns. A proibição de entrada em território russo é simbólica, mas contribui para o agravamento das relações entre a Rússia e Estados Unidos e aliados.
► A Ucrânia denunciou a deportação forçada de 1.377.925 ucranianos, entre as quais, 232.480 crianças pela Rússia. A Ucrânia acrescenta que os civis estão a ser cercados com metralhadoras e forçados a entrar nos autocarros com destino ao “campo de filtragem” de Bezimenne, em Novoazovsk, e depois para a Rússia.
► Moscovo está a considerar uma eventual troca dos solados ucranianos que estavam entrincheirados na Azovstal, em Mariupol, pelo oligarca russo Viktor Medvedchuk. No mês passado, o Kremlin declarou que não consideraria uma troca de prisioneiros pelo oligarca que é membro do Parlamento ucraniano e próximo de Vladimir Putin.
► O Presidente turco, Tayyip Erdogan, disse à primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, que Ancara espera que sejam adoptadas medidas concretas em relação às suas preocupações com organizações terroristas.
► O Presidente finlandês, Sauli Niinisto, disse que manteve conversas “abertas e directas” com o Presidente turco para discutir a candidatura da Finlândia à NATO. “Afirmei que, enquanto aliados da NATO, a Finlândia e a Turquia comprometer-se-ão com a segurança uma da outra e o nosso relacionamento ficará mais forte”, escreveu Niinisto no Twitter.
► Representantes dos EUA, Canadá, Nova Zelândia, Japão e Austrália abandonaram, este sábado, uma reunião de ministros da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) em Banguecoque, em sinal de protesto contra a invasão da Ucrânia.
► Moscovo está provavelmente a enfrentar uma escassez de veículos aéreos não tripulados, revelou o Ministério da Defesa britânico. A falta de armamento poderá ter-se agravado devido a limitações de produção da Rússia resultantes das sanções impostas ao país.
► A Ucrânia estimou que serão necessários entre cinco a sete anos para retirar todas as minas dos cerca de 300 mil quilómetros quadrados de território. A vice-ministra dos Assuntos Internos afirmou que desde o início da invasão já foram desactivados quase 114 mil engenhos explosivos, incluindo duas mil bombas aéreas.