COI decidirá “passo a passo” regresso de russos e bielorrussos
Presidente, Thomas Bach, defende que as sanções devem recair sobre quem apoia a guerra e proteger os que não o fizerem.
O Comité Olímpico Internacional (COI) decidirá “passo a passo” sobre a participação de desportistas russos e bielorrussos nos Jogos de Paris 2024, disse o presidente, Thomas Bach, após a 139.ª sessão do organismo.
"Iremos passo a passo. Não sabemos como a situação política evoluirá. Dependendo do que acontecer, tomaremos decisões", notou, em conferência de imprensa.
Bach discursou perante a assembleia, mencionando as relações com a Rússia, que se têm “deteriorado”, a protecção de atletas não envolvidos com a invasão russa na Ucrânia e a situação humanitária em solo ucraniano.
Bach referiu-se ao “dilema” que a guerra na Ucrânia apresenta ao movimento olímpico, que tem "uma missão que não é política, mas humanitária".
"Na nossa comunidade, todos somos iguais e, por isso, todos os afectados pela guerra merecem a nossa atenção e apoio", destacou, referindo-se também aos atletas que acabaram banidos de competições.
O presidente do COI defendeu que as sanções aplicadas devem recair sobre quem apoia a guerra, mas também proteger os que não o fizeram, além daqueles que sofrem com "uma lei na Rússia que ameaça com 15 anos de prisão quem se mostrar desfavorável".
"Para unir o mundo, o desporto olímpico precisa da participação de todos os desportistas que aceitem as regras, incluindo, e especialmente, se os seus países estão em guerra", lembrou, advertindo para “sentimentos anti-russos e anti-bielorrussos” contra atletas, que como o povo russo em geral não apoiam o conflito.
“Hoje é a Rússia e a Bielorrússia, amanhã pode ser o país A que não quer competir com o país B”, defendeu.
Longe da política, o compromisso com a paz e o respeito pela Carta Olímpica, que será alterada para deixar mais claros os propósitos de direitos humanos, são o compromisso principal do COI.
Com vários russos na Assembleia, o presidente do Comité Olímpico da Ucrânia, Sergey Bubka, destacou que o fundo internacional criado pela comunidade olímpica para apoiar atletas na Ucrânia já juntou mais de dois milhões de euros.
Outro assunto discutido em conferência de imprensa foi o da tenista chinesa Peng Shuai, que desapareceu, e depois reapareceu, após denunciar uma violação sexual que sofreu às mãos de um antigo membro da direcção do Partido Comunista Chinês.
Segundo Bach, a Comissão de Atletas Olímpicos fez “um segundo ou terceiro contacto” com a atleta desde Pequim 2022, revelando que Shuai quer “regressar à Europa e visitar Lausana e o Museu Olímpico” em breve.