Cenógrafa Ângela Rocha vai representar Portugal na Quadrienal de Praga 2023

Metade dos Minutos, o projecto que Ângela Rocha leva ao Festival internacional dedicado à cenografia e arquitectura teatral.

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daniel rocha

A cenógrafa Ângela Rocha foi nomeada responsável pela representação oficial portuguesa na Quadrienal de Praga 2023, certame internacional dedicado à cenografia e arquitectura teatral, revelou esta sexta-feira a Direcção-Geral das Artes (DGArtes), em comunicado.

“O projecto de Ângela Rocha, Metade dos Minutos, foi o seleccionado no âmbito do concurso limitado promovido pela Direcção-Geral das Artes para representar oficialmente Portugal na exposição Países e Regiões na 15.ª Quadrienal de Praga - PQ23, que decorrerá entre 7 a 18 de Junho de 2023, na capital da República Checa, indica a nota.

A DGArtes justificou a escolha da proposta curatorial de Ângela Rocha com a “prioridade” que dá ao “visitante como agente activo e decisor”.

“Na visão de Futuro pós-pandemia, que propõe, apresenta de forma imersiva a reivindicação do Presente espacial e temporal. O núcleo da proposta incidirá na dimensão táctil, hoje cada vez mais desvalorizada e banalizada na função de activador de ecrãs”, acrescentou. Segundo a DGArtes, os projectos curatoriais para a exposição Países e Regiões enquadram-se conceptualmente no tema “Visões Raras”, proposto pela PQ23, que convida a imaginar, visualizar, ou até mesmo criar, visões raras do futuro, que aproximem e abram perspectivas de mudança “inspiradoras, visionárias ou prudentes”.

O concurso, cuja comissão de apreciação foi constituída pelos especialistas José Capela, Patrícia Portela e Thomas Walgrave e por Rui Teigão, técnico da DGArtes, tem uma dotação orçamental de 198.000 euros, um valor que duplicou em relação à anterior participação portuguesa em Praga, em 2019.

Diplomada em Teatro, no curso de Design de Cena, pela Escola Superior de Teatro e Cinema, Ângela Rocha foi bolseira do Programa Leonardo Da Vinci, em Roma, na Companhia Matéria Viva. Foi assistente de Cenografia e Figurinos dos Artistas Unidos e assinou trabalhos para encenadores como Gonçalo Waddington, João Pedro Mamede, Maria João Luís, Ricardo Neves-Neves, Teresa Coutinho, Tiago Guedes e Tiago Rodrigues, entre outros.

Participou ainda em diversos festivais, nomeadamente no Festival D'Avignon, com a peça António e Cleópatra, de Tiago Rodrigues.

Ângela Rocha é co-fundadora do Condomínio - festival de cultura local em espaços habitacionais.

Em 2019, venceu o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) para Melhor Cenografia, pelo espectáculo Sweet Home Europa, uma produção do Teatro D. Maria II.

Ângela Rocha foi a escolhida de entre os curadores convidados a participar no concurso, anunciados em Fevereiro, que incluíam também Filipa Malva (cenógrafa e arquitecta) e a dupla Mariana Sá Nogueira (figurinista) e Vasco Araújo (cenógrafo).

Na última edição da Quadrienal de Praga, em 2019, Portugal esteve representado com o projecto Windows, de José Capela, que esteve integrado na secção “Countries”, ocupando pela primeira vez a área central do principal espaço expositivo, considerado o coração do evento desde que foi fundado, em 1967.