Primárias, mudança da sede e até um podcast. As ideias que a JSD entrega aos candidatos à liderança

“Contributos para colocar o PSD na Linha da Frente” é o documento que será entregue a Jorge Moreira da Silva e a Luís Montenegro sábado, em Chaves, onde se realiza o Conselho Nacional da JSD.

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DIOGO VENTURA

A Juventude Social-Democrata defendeu hoje que o PSD deve adoptar o método de eleições primárias na escolha do seu presidente e a mudança da actual sede, num documento com várias propostas que será entregue aos candidatos à liderança.

No texto intitulado “Contributos para colocar o PSD na Linha da Frente” - que será entregue a Jorge Moreira da Silva e a Luís Montenegro no Conselho Nacional da JSD que se realiza este sábado, em Chaves -- esta juventude propõe uma “reforma interna” do PSD, considerando que o partido “não conseguiu apresentar a alternativa reformista que os portugueses exigiam e Portugal precisava” nas eleições legislativas de Janeiro.

Entre as propostas desta estrutura - liderada pelo deputado social-democrata Alexandre Poço - está uma revisão estatutária que permita a instituição de “eleições directas primárias para a escolha do presidente do PSD e restante direcção nacional do partido, dando o direito de voto aos cidadãos que quiserem participar na eleição, sendo ou não militantes do PSD”.

Em consequência desta proposta, a JSD defende o fim da obrigatoriedade do pagamento de quotas para poder participar na escolha do líder do partido, exigindo-se apenas um “compromisso de adesão aos princípios e valores do PSD”.

A JSD quer ainda um “novo papel” para os congressos nacionais, que actualmente se realizam após as eleições directas, já com um líder eleito. Para os jovens sociais-democratas, com a instituição das eleições primárias, o Congresso Nacional do PSD “deve ser em momento prévio a essa eleição”, permitindo que estas reuniões magnas “voltem a ter interesse político e mediático, com discussão de projectos políticos alternativos, apresentação de equipas e das linhas gerais de cada moção de estratégia global”.

“Neste Congresso Nacional prévio às eleições directas primárias seriam eleitos pelos Congressistas os demais órgãos nacionais do partido”, acrescentam, sugerindo que os militantes votem num presidente e na sua equipa ao mesmo tempo, “realidade que hoje não acontece, com a eleição do Presidente a acontecer nas directas e a da direcção nacional a acontecer no Congresso Nacional, esta última numa eleição de lista única”.

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O actual líder do PSD, Rui Rio, na sede do partido, na Rua de São Caetano à Lapa Nuno Ferreira Santos

Os jovens sociais-democratas propõem também a mudança da sede nacional do PSD, actualmente situada na Rua São Caetano, em Lisboa, para um “lugar mais central da cidade” por considerarem que o actual espaço é “pouco apelativo e pouco convidativo a quem deseje entrar em contacto físico com o partido”.

Num documento com cerca de 20 páginas, esta juventude defende a criação da figura do director-geral do PSD “responsável por toda a transformação organizacional do partido, tendo a confiança política máxima do presidente e da Secretaria-Geral da Comissão Política Nacional” e uma “reformulação do Instituto Francisco Sá Carneiro”, transformando-o num grande “think thank”, “que permita a qualquer pessoa interessada a inscrição” e que faça, por exemplo, parcerias com escolas e instituições de ensino superior.

A JSD propõe que o PSD crie “uma estrutura interna de sondagens, análise de dados, estatísticas que tenha como objectivo fundamentar e auxiliar as tomadas de posição e propostas, através de estudos quantitativos e qualitativos da população com base em modelos científicos testados” e “uma equipa profissional de apoio” ao líder do PSD, que o auxilie no trabalho diário.

É sugerida a profissionalização do Conselho Estratégico Nacional (CEN), para que tenha uma equipa dedicada às suas funções a 100%, e um programa de formação regular e transversal a todas as áreas da governação, desde o âmbito local ao internacional, passando pelo patamar nacional”, aberto a todos os cidadãos e “de frequência recomendada a todos os militantes do PSD e obrigatória para todos os candidatos externos do partido, com um sistema de avaliação”.

Um “projecto-piloto para testar a consagração do voto electrónico em eleições internas”, a resolução de problemas na filiação de novos militantes, uma “comunicação digital concertada” ou até um podcast e uma loja com produtos do partido (a “PSD store") estão também entre as propostas deixadas pelos jovens.

As eleições directas no PSD realizam-se em 28 de Maio e o Congresso está marcado para entre 1 e 3 de Julho, no Porto.