Governo israelita é agora minoritário no Parlamento

Saída de deputada árabe de partido de esquerda deixa o Governo de Naftali Bennett com 59 deputados num Parlamento de 120.

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Naftali Bennett e Yair Lapid depois da votação que aprovou o seu Governo, em Junho do ano passado ABIR SULTAN/EPA

A coligação no Governo de Israel tornou-se minoritária esta quinta-feira, depois da saída de uma deputada árabe do partido de esquerda Meretz. O primeiro-ministro, Naftali Bennett, fica numa situação mais precária e já se especula sobre uma nova eleição, que seria a quinta em três anos.

A saída de Ghaida Rinawie Zoabi deixa Bennett com 59 deputados num parlamento de 120. Segue-se à demissão de uma deputada do próprio partido de Bennett (nacionalista de direita) no mês passado. Zoabi deixou, no entanto, aberta a possibilidade de não votar contra o Governo caso haja uma moção de confiança, pelo que a queda do Governo não é automática.

Bennett lidera, desde Junho do ano passado, uma coligação de partidos que vão da direita à esquerda, que se juntaram pondo fim ao Governo do então primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no poder há 12 anos e acusado em tribunal por corrupção.

A ministra informou o primeiro-ministro da sua demissão por carta, dizendo a Bennett que não podia continuar a fazer parte de um Governo que maltrata “a sociedade de onde venho”. Zoabi referiu-se a um aumento da violência no Pátio das Mesquitas, e ainda à violência policial no funeral de uma jornalista palestiniana (e americana), em que o cortejo fúnebre foi alvo de uma carga policial que quase levou o caixão a cair.

Entretanto, as autoridades israelitas disseram que não iam investigar a morte da jornalista Shireen Abu Akleh, atingida a tiro durante uma operação militar israelita no campo de refugiados de Jenin (na Cisjordânia), depois de terem inicialmente dito que os culpados eram provavelmente combatentes palestinianos e de seguida que afinal havia uma hipótese de o tiro ter sido disparado por um soldado israelita.

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