Amor e precariedade num bairro olímpico
Decepcionante este Paris 13, perguntamo-nos se alguma vez voltará o Jacques Audiard dos anos 2000.
Depois da sua deriva americana, onde assinou um western aborrecido e insignificante (Os Irmãos Sisters), Jacques Audiard volta a França e àquele território profundamente realista em que assinou os seus melhores filmes, aqueles em que o realismo não exclui uma hipótese de melodrama, títulos como De Tanto Bater o Meu Coração Parou ou Um Profeta, tudo obras que talvez sejam de há demasiado tempo (anos 2000) para bem de Audiard, e para nosso bem. Paris 13 até parece querer compensar, logo à cabeça, o desenraizamento da precedente aventura western: este título, mais completo no original do que na versão portuguesa, enraíza imediatamente o filme num cenário preciso, a urbanização chamada Les Olympiades, no 13.º arrondissement de Paris, um projecto “moderno” erguido nos anos 60 e 70 e que tem hoje, a julgar pelo que se vê no filme de Audiard, um certo travo a subúrbio, embora geograficamente não o seja assim tanto.
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