Fitoplâncton “pintou” este fiorde da Noruega de azul-turquesa
Satélite europeu revela como a floração de fitoplâncton coloriu a superfície das águas no fiorde de Hardanger, na Noruega. Este fenómeno é provocado pelo aumento descontrolado de microrganismos que vivem à superfície da água.
A floração de fitoplâncton “pintou” de azul-turquesa o fiorde de Hardanger, na Noruega. Nesta imagem, registada por um dos satélites europeus do programa Copernicus, o Sentinela-2, no dia 16 de Maio, vemos o segundo maior fiorde do país (estende-se por 179 quilómetros) com uma coloração diferente provocada pelo aumento descontrolado de microrganismos que vivem à superfície da água. O fitoplâncton é formado pelo conjunto destes organismos que flutuam e fazem fotossíntese: algas microscópicas e cianobactérias.
Segundo a Direcção-Geral da Indústria da Defesa e do Espaço (DEFIS, na sigla inglesa) da Comissão Europeia, que divulgou a imagem, “o aumento da luz solar na primavera e as temperaturas mais quentes aumentam a probabilidade de florescimento de fitoplâncton”. A Primavera e o início do Verão são épocas comuns para testemunhar estas florações nas latitudes do Norte. Na Europa, são especialmente frequentes no Mar do Norte, colorindo as águas de azul-turquesa.
As florações de fitoplâncton são indicadores da saúde de um ecossistema marinho. Assim, refere a DEFIS, “a capacidade de monitorizá-los é um componente crucial da gestão eficaz dos recursos costeiros e oceânicos”. Os dados recolhidos pelas missões programa Copernicus permitem sinalizar e acompanhar a qualidade das águas e diferentes tipos de proliferação de algas.
Há dois anos, o satélite Terra da NASA captou uma imagem semelhante do fiorde de Hardanger. Tratava-se de concentrações absurdas de Emiliania huxleyi , um tipo de fitoplâncton unicelular que possui uma “concha” de carbonato de cálcio (e daí chamarem-se cocolitóforos). Estas conchinhas reflectem a luz e, por isso, conseguem fazer com que águas mais escuras pareçam esverdeadas ou azuis-turquesa.
Os cocolitóforos têm fama de serem muito ágeis na competição por nutrientes. Conseguem muitas vezes crescer até em ambientes onde, devido à limitação de alimento disponível, outros fitoplânctones não têm muito sucesso. E. huxleyi é invisível ao olho humano, tem um décimo da espessura de um fio de cabelo. Contudo, quando ocorre uma floração, a cor da superfície das águas torna-se tão vívida que pode ser registada do espaço.