Ucrânia reclama avanços no Leste. Bielorrússia põe mais militares na fronteira com Ucrânia
Não se sabe ainda quantas tropas ucranianas chegaram à fronteira com a Rússia, nem exactamente em que ponto se encontram. Bielorrússia anunciou o destacamento de “forças de operações especiais” ao longo da fronteira com a Ucrânia e há “unidades de defesa aérea, artilharia e mísseis a caminho de campos de treino na zona ocidental do país”.
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As tropas ucranianas que defendem a cidade de Kharkiv (Carcóvia) chegaram à fronteira com a Rússia, conseguindo que o “inimigo” recuasse até aí.
O governador da região, Oleh Sinegubov, fez o anúncio através do seu canal de Telegram. O comunicado publicado entretanto pelo Ministério da Defesa ucraniano no Facebook também o confirma – ainda que esta informação esteja a ser veiculada apenas por fontes ucranianas e ainda não tenha sido confirmada por meios independentes.
Não se sabe ainda quantas tropas chegaram à fronteira, nem exactamente em que ponto se encontram.
O Ministério da Defesa partilhou algumas imagens de soldados numa localização na fronteira onde se ouve um deles a dizer “chegámos, estamos aqui”, cita a BBC.
De acordo com uma nota do ministério, os “defensores ucranianos” mantêm com “êxito” a contra-ofensiva em Kharkiv, levada a cabo pela Brigada 127 das Forças Armadas da Ucrânia. Por outro lado, o Alto Comando Militar da Ucrânia acrescenta que o “inimigo” (forças russas) concentra esforços para manter posições na região.
A mesma nota refere que o Exército russo prossegue com a ofensiva na Zona Operacional do Leste da Ucrânia, em direcção a Donetsk, onde atacou infra-estruturas militares e civis, estando a “preparar-se” para outra ofensiva na área de Izum.
Segundo a mesma fonte, as tropas russas reforçaram o controlo na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia — nas regiões de Briiansk e Kursk — e atacaram com artilharia infra-estruturas civis nas localidades de Dovhenke, Ruski Tiihki, Ternova e Petrivka.
De acordo com as mesmas informações governamentais ucranianas, em Mariupol continuam os “ataques massivos” de artilharia e da aviação de combate da Rússia, sobretudo na zona da fábrica Azovstal onde se encontra o último bastião ucraniano na cidade portuária.
Nas últimas 24 horas, as unidades de defesa da Ucrânia reclamam ter abatido “11 objectivos aéreos inimigos: dois helicópteros (Ka-52 e Mi-28), sete aparelhos voadores não tripulados (drones operacionais e tácticos) e dois mísseis cruzeiro”.
Os militares ucranianos indicam ainda que foram neutralizados dezasseis ataques russos em zonas próximas de Donetsk e Lugansk e que três tanques, um sistema de artilharia e seis veículos blindados de transporte de tropas foram destruídos.
Bielorrússia põe mais militares na fronteira com Ucrânia
A Bielorrússia anunciou o destacamento de “forças de operações especiais” ao longo da fronteira com a Ucrânia, escreve o Ministério da Defesa britânico na actualização diária da situação da guerra desta segunda-feira. Para além dessas forças, há “unidades de defesa aérea, artilharia e mísseis a caminho de campos de treino na zona ocidental do país”.
Agora, “a presença de forças bielorrussas perto da fronteira irá reter as forças ucranianas, de forma a não poderem ser destacadas para apoiar as operações no Donbass”, a leste.
Esta decisão surge na sequência de vários exercícios militares do lado bielorrusso que aconteceram no início do mês.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 16 May 2022
— Ministry of Defence ???? (@DefenceHQ) May 16, 2022
Find out more about the UK government's response: https://t.co/DAnpcubog6
???? #StandWithUkraine ???? pic.twitter.com/moSLR5a4DL
Até agora, as forças bielorrussas ainda não se envolveram de forma directa no conflito, salienta o mesmo relatório. “Contudo, o território bielorrusso foi usado como ponto de paragem no avanço inicial da Rússia sobre Kiev e Chernihiv” e a Rússia também usou o território para disparar ataques com mísseis.
Lukashenko tentará arranjar um ponto de equilíbrio entre o apoio à Rússia na invasão e uma tentativa de evitar tomar parte activa nela, devido ao “risco das sanções ocidentais, retaliação ucraniana e possível insatisfação nas forças armadas bielorrussas”.