Hugo Brazão reflecte sobre a procura do prazer

Um jovem artista reflecte sobre a procura do prazer. Na arte, mas não só.

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Peças distantes das classificações tradicionais atribuídas às várias disciplinas artísticas

Como já tem sucedido em outras ocasiões na obra de Hugo Brazão (n. 1989), existe uma colectânea de factos científicos, ou pseudocientíficos, que servem de pano de fundo (literalmente, como veremos) à sua pintura. A palavra pintura, na verdade, não será a mais exacta para descrever este trabalho; trata-se de um conjunto de peças ora em patchwork, ora em jesmonite (uma resina à base de água), em almofadas, ou ainda em tapeçaria — e tudo isto generosamente colorido e profusamente trabalhado. Neste caso, e ao contrário do que é recomendado, podemos começar por essa informação que é partilhada connosco no texto de sala. O ensaio impresso fala de comportamentos aprendidos e das razões pelas quais determinados animais preferem esta ou aquela acção em vez de outra que, por exemplo, lhes garantiria melhores condições de sobrevivência. Hugo Brazão elenca várias espécies e criaturas: o estorninho europeu, a abelha-comum, os ursos-pardos e, talvez a mais curiosa de todas, as orcas — que, segundo nos dizem, quando confrontadas com escassez de alimentos preferem que todo o baleal passe fome em vez do sacrifício de um indivíduo para uma suculenta refeição colectiva.

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