Carlos Moedas é contra encerramento da Av. da Liberdade e vai tentar reverter a situação

O presidente da câmara de Lisboa acusa a oposição camarária de “soberba” por ter tomado uma decisão sem ter falado com as pessoas.

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Oposição quer fechar Avenida da Liberdade aos domingos Nuno Ferreira Santos

Carlos Moedas manifestou-se nesta quinta-feira contra a proposta aprovada pela oposição da Câmara de Lisboa que decidiu encerrar a Av. da Liberdade aos domingos e feriados e vai tentar reverter a situação. O autarca acusa mesmo os vereadores da oposição de “soberba” por ter aprovado uma medida sem ter ouvido as pessoas.

“É uma proposta que mostra a soberba e que mostra, de certa forma, que a oposição não está a perceber que aquilo que o que as pessoas querem em Lisboa é poder decidir. Eu sou e quero ser o presidente da câmara que luta pela sustentabilidade, pelas modificações que são precisas fazer nas cidades, mas não contra as pessoas”, afirmou Moedas ao PÚBLICO após ter participado num debate na FIL, no Parque das Nações.

“De manhã já tive todas as pessoas da Avenida da Liberdade (recebi mais de 100 chamadas telefónicas) a perguntarem-me o que é que vai acontecer. Porque vamos fechar a Av. da Liberdade em dias em que o comércio está aberto”, acrescentou.

O presidente diz que o que aconteceu “é grave” porque “é feito contra as pessoas. Temos de incluir as pessoas”. “Sabemos que temos de caminhar no sentido de ter uma cidade cada vez mais sustentável (…). Mas os comerciantes da Av da Liberdade não merecem isto. Não merecem que, numa altura de recuperação económica, em que passaram dois anos a sofrer, de repente haja uma decisão unilateral dos vereadores da oposição”, salientou.

Diz ainda achar “extraordinário” que a oposição ainda não tenha percebido que foi o PSD que ganhou as eleições. “Se o percebessem podíamos ter falado todos, podíamos ter falado com os comerciantes e ver qual era a solução. As pessoas devem reclamar”, disse ainda.

No sentido de reverter a situação, Carlos Moedas diz que vai com as pessoas – “eu vou falar com todos os que estão na Av. da Liberdade” – e vai tentar “voltar a falar com a oposição.”

“Vamos tentar negociar. Parece que são eles que governam, não pode ser. Não podemos fechar o trânsito na baixa de um momento para o outro”, concluiu.

O PÚBLICO questionou também Carlos Moedas sobre a redução em 10 quilómetros/hora da velocidade máxima de circulação permitida atualmente, também aprovada pela a oposição, mas o presidente da autarquia alfacinha não respondeu.

A oposição na Câmara de Lisboa aprovou na quarta-feira uma proposta do Livre que determina a redução em 10 km/h da velocidade máxima de circulação permitida actualmente e a eliminação do trânsito automóvel na Avenida da Liberdade aos domingos e feriados. A proposta obriga o executivo camarário a “reduzir em 10 km/h [quilómetros por hora] a velocidade máxima de circulação permitida para: 30km/h nas vias de 3.º, 4.º e 5.º nível da rede viária, para 40km/h nas vias de 2.º nível e para 70km/h nas vias de 1.º nível”. A iniciativa “Contra a guerra, pelo clima: proposta pela redução da dependência dos combustíveis fósseis na cidade de Lisboa” foi aprovada com sete votos contra da liderança PSD/CDS-PP, duas abstenções dos vereadores do PCP e oito votos a favor, designadamente cinco do PS, um do Livre, um da vereadora independente Paula Marques e um do BE.

Entre as medidas está a reactivação do programa “A Rua é Sua", alargando a outros locais da cidade e prolongando o período em vigor, nomeadamente através da “eliminação do trânsito automóvel na Avenida da Liberdade em todos os domingos e feriados (anteriormente apenas último domingo de cada mês)”. Foi decidido ainda que o corte do trânsito automóvel aos domingos deve ser alargado a todas as freguesias, aplicando-se a “uma artéria central (ou mais) com comércio e serviços locais”, lê-se na proposta do Livre.

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