Banco de Fomento vai criar rating de sustentabilidade para empresas
Classificação do impacto ambiental, social e da conduta de gestão das sociedades será uniformizada com IAPMEI e Turismo de Portugal. Vai dar uma imagem do estádio de desenvolvimento da economia e será acessível a todos.
O Banco Português de Fomento (BPF) vai criar uma ferramenta de avaliação ESG (ambiental, sustentabilidade e governação) das empresas portuguesas. A ferramenta deverá ser disponibilizada durante o próximo Verão, anunciou nesta quarta-feira a directora executiva do BPF, Beatriz Freitas, sem adiantar uma data concreta.
"Estamos a implementar um rating ESG que vai medir a sustentabilidade [ambiental], a sustentabilidade social e a governação das nossas empresas, de todas as empresas que queiram ser nossas clientes”, revelou a mesma responsável, quando participava na abertura da Startup Capital Summit 2022, uma conferência dedicada ao empreendedorismo que se realiza nesta quarta-feira em Coimbra, e da qual o PÚBLICO é co-organizador.
"Nós somos um banco verde, está no nosso ADN”, salientou Beatriz Freitas, acrescentando depois que o tal rating “será comum” para o universo BPF (que inclui o banco, as sociedades de garantia mútua, de capital de risco e gestoras de fundos) e para o IAPMEI e o Turismo de Portugal”.
Esta classificação comum “vai permitir dar uma visão abrangente do que é a economia portuguesa”, aferindo-se o “estado de maturidade das empresas em termos de sustentabilidade”. Por outro lado, haverá uma avaliação uniformizada para todas as entidades que participam no mercado como financiadoras, destaca a mesma fonte.
ESG é a sigla inglesa de Environmental, Social e Governance, três dimensões de sustentabilidade que muitas empresas decidem avaliar para oferecer a todas as partes interessadas uma imagem do que é a empresa e o seu negócio em termos da sua sustentabilidade ambiental, social, financeira e governativa. A adopção do referencial ESG serve os accionistas de empresas mas também os seus trabalhadores e mesmo partes externas às empresas, sendo adoptado por muitos financiadores que decidem orientar os seus investimentos por critérios ou objectivos que não se resumem ao negócio e que se estendem ao impacto das empresas no meio ambiente e nas suas comunidades.
É algo de que, no futuro, ninguém vai poder fugir, frisou Beatriz Freitas, destacando que, ao atribuir um rating público, isto é, que estará “acessível a todos”, vai também permitir a cada um “perceber em que ponto é que está”. “Permite ver onde estão e aferir o que é que têm de fazer para atingir um nível superior”.
Segundo Beatriz Freitas, o Turismo de Portugal já deu início a este processo, com algumas sessões de formação, que irão nas próximas semanas estender-se às restantes entidades envolvidas no lançamento deste classificador.