As mulheres de N’Djamena contra o mundo
Um filme pleno de subtileza crítica no seu desenho de aspectos da sociedade chadiana.
São raros os filmes de realizadores africanos a chegar ao circuito comercial português, mas no caso do chadiano Mahamat-Saleh Haroun nem se trata de uma primeira vez: foi ele o autor do belo Grigris, uma espécie de film noir na noite de N’Djamena que por cá se estreou em meados da década passada. Lingui — os Laços Sagrados não será tão bom nem tão vigoroso, mas é injusto desmerecê-lo: é feito de uma modéstia sincera, como uma peça de artesanato sem os berloques do “exotismo”, pleno de subtileza crítica no seu desenho de aspectos da sociedade chadiana, sem clamar pela compaixão do espectador europeu mas também sem lhe apontar o dedo ao sentimento de culpa “pós-colonial”, e com um genuíno amor pelas suas personagens.
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