Parque Nacional Peneda Gerês quer mecanismo que agilize acesso a fundos comunitários

João Manuel Esteves pediu ainda “o reforço do protocolo com o Fundo Ambiental para a melhoria das condições de visitação do PNPG”.

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O parque nacional foi criado há 51 anos Adriano Miranda

O presidente da Comissão de Co-gestão do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) defendeu nesta terça-feira a criação naquele território de uma Intervenção Territorial Integrada (ITI), um mecanismo que permitirá agilizar o acesso a fundos comunitários.

Em declarações à agência Lusa, a propósito dos 51 anos do PNPG, assinalados na segunda-feira, numa sessão na Gavieira, em Arcos de Valdevez, João Manuel Esteves, explicou que a criação daquela ITI “permite criar um instrumento específico para financiamento de projectos na área do parque nacional”.

“É necessário o reconhecimento efectivo, não pelo nome de parque nacional, mas por ser um território de excelência a nível nacional”, sustentou João Manuel Esteves, que é também presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo.

O PNPG atravessa 22 freguesias, situa-se no extremo noroeste de Portugal, na zona raiana entre Minho, Trás-os-Montes e a Galiza, atravessando os distritos de Braga (Terras de Bouro), Viana do Castelo (Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e Vila Real (Montalegre), tendo uma área total de 70.290 hectares.

Além da criação da ITI, o autarca social-democrata, e presidente da Comissão de Co-gestão do PNPG, defendeu o “reforço das equipas do Corpo Nacional de Agentes Florestais (CNAF) e de Sapadores Florestais que, “para além de melhorarem a prevenção de fogos florestais e a protecção de pessoas e bens, garantirá a criação de postos de trabalho”.

“Actualmente, o PNPG tem 50 sapadores. Pretendíamos dotar cada um dos cinco concelhos que integram o parque, com mais uma equipa”, especificou.

João Manuel Esteves pediu ainda “o reforço do protocolo com o Fundo Ambiental para a melhoria das condições de visitação do PNPG”.

Ao abrigo daquele protocolo, o concelho de Arcos de Valdevez passou a dispor de um abrigo de montanha criado nos antigos quartéis do santuário de Nossa Senhora da Peneda, na Gavieira.

Actualmente em processo de classificação nacional, o templo da Senhora da Peneda, datado do século XVIII, foi elevado a santuário, em Abril 2020, por decreto do então bispo da Diocese de Viana do Castelo, Anacleto Oliveira, que morreu, em setembro, num acidente de viação.

A reconversão dos antigos quartéis, inaugurada na segunda-feira, representou um investimento de 120 mil euros.

O abrigo, com capacidade para acolher 28 pessoas, repartidas por duas camaratas, resultou de uma parceria com a Confraria de Nossa Senhora da Peneda.

Além de servir de abrigo aos romeiros da Via Mariana luso-galaica, o espaço pretende dar “abrigo às pessoas que fazem escaladas, no Penedo da Meadinha, junto ao santuário da Senhora da Peneda, um dos locais mais procurados da zona norte para a prática daquela modalidade”.

“É um espaço que permite alojar os romeiros da Peneda, da Via Mariana, os turistas e os montanhistas que façam a travessia do PNPG ou escolham o local para prática de escalada e outras actividades de montanha”, apontou.

João Manuel Esteves adiantou que o abrigo de montanha de Arcos de Valdevez “é um dos cinco previstos no protocolo celebrado pelo Fundo Ambiental com as autarquias da área do PNPG para a melhoria das condições de visitação do território”.

“Pedimos para este protocolo ser reforçado, para melhoramos as acessibilidades e a segurança da visitação de determinados locais no interior do parque”, realçou.

A Via Mariana Luso-Galaica, que liga a Basílica do Sameiro, em Braga, ao Santuário da Virgem da Barca, em Muxia, passa por cerca de uma dezena de santuários marianos do Minho e da Galiza.