Um dramaturgo convencido da sua superioridade moral, um amigo íntimo mas talvez não para todas as ocasiões, uma estrela do cinema americano bela e com queda para a manipulação, um crítico com aspirações a autor; mais uma jornalista pouco escrupulosa, uma professora de teatro indignada, e ainda um agente e outro actor em papéis mais ou menos decorativos. A bem dizer as mesmas personagens reunidas em 1666 em O Misantropo, 330 anos depois do original revistas, actualizadas e juntas em suíte de hotel de luxo, em Londres, aí pelos anos de 1990, quando o dinheiro parecia correr livremente, a Bolsa era Deus, a fama moeda corrente e uns malucos acreditavam no fim da História. Isto é: duas versões da mesma peça que não são a mesma peça, ou melhor, são, apesar da diferença de métodos a que ambos os autores recorrem com o mesmo objectivo de verrinosa crítica social.
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