FC Porto campeão. Rixa entre grupos desavindos nos festejos do Porto acaba com um morto
Mulher que acompanhava a vítima mortal também foi esfaqueada, mas encontra-se livre de perigo e vai ter alta este domingo. Envolvidos estão referenciados pela polícia por ofensas e pequeno tráfico de droga.
Uma rixa entre grupos desavindos terminou com a morte de um homem de 26 anos, que foi esfaqueado esta madrugada durante os festejos do título de campeão nacional do FC Porto, junto ao Estádio do Dragão, no Porto.
Os dois grupos, que estão referenciados pelas autoridades por ofensas à integridade física e pequeno tráfico de droga, não estão ligados às claques do FC Porto e as autoridades acreditam que as desavenças podiam ter ocorrido noutro contexto, que não os festejos do título.
A PSP, que se encontrava no local a fazer a segurança dos festejos, foi a primeira a intervir, mas entretanto o caso foi remetido para a Polícia Judiciária, que já está a ouvir vários dos intervenientes no episódio.
Segundo uma nota do Comando Metropolitano da PSP do Porto enviada ao PÚBLICO, “pelas 2h40, na Alameda das Antas, durante os festejos e em local de grande aglomeração de pessoas, os polícias que integravam o dispositivo de policiamento foram informados que tinha acontecido uma desordem”.
Deslocaram-se para o local e quando lá chegaram, continua a nota, “encontraram um cidadão e uma cidadã, ambos deitados no chão e ensanguentados, a quem foram prestados os primeiros socorros e accionados os competentes serviços de socorro médico”.
O relato destaca que a PSP preservou o local do crime e procedeu à identificação de diversas testemunhas que presenciaram as agressões. “Aparentemente, as agressões que provocaram a morte referida ocorreram na sequência de anteriores desentendimentos e agressões entre os intervenientes”, refere a nota enviada ao PÚBLICO, que diz que “foi possível identificar os suspeitos das agressões”.
As duas vítimas foram socorridas no local pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e transportadas para o Hospital de São João, no Porto. O INEM adiantou à Lusa que o pedido de ajuda foi registado pelas 2h47.
De acordo com fonte do INEM, tratou-se de “uma agressão por arma branca, da qual resultaram dois feridos, ambos com cerca de 30 anos”. Os feridos foram assistidos por duas viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) e duas ambulâncias do INEM, segundo a mesma fonte.
O homem, já “em paragem cardiorrespiratória”, foi transportado “em manobras de reanimação” para o São João, e o ferido feminino “ligeiro” igualmente transportado para a mesma unidade hospitalar. O PÚBLICO sabe que a mulher se encontra livre de perigo e terá alta até ao início da tarde. Os dois terão tido um relacionamento afectivo, havendo historial de violência doméstica entre os dois.
Apurou-se igualmente que os grupos envolvidos na rixa já se conheciam e terão estado envolvidos em diversos conflitos, não reportados às autoridades, ocorridos durante a noite do Grande Porto, relacionados com o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, mal-entendidos e episódios de ciúmes.
A vítima mortal era suspeita de ter participado numa outra rixa, que envolveu cerca de duas dezenas de indivíduos e os seguranças da discoteca Pedra do Couto, em Santo Tirso, há cerca de três semanas. Nesse incidente, um dos envolvidos terá ido ao carro buscar uma arma, com a qual efectuou diversos disparos para o ar. No entanto, quando voltou para a sua viatura acabou por atingir inadvertidamente nas costas um amigo, de 22 anos, como noticiou então o Jornal de Notícias.
Quando a polícia chegou ao local, já todos tinham fugido, mas a intervenção das autoridades permitiu detectar uma viatura usada pelo grupo abandonada na A3. Os ocupantes terão passado para outro carro, interceptado pouco depois na auto-estrada, pela GNR, que identificou no seu interior três homens e duas mulheres. Este incidente não estará relacionado com o que ocorreu esta madrugada nos festejos do Porto, mas permite enquadrar como vivia a vítima mortal. Com Lusa