Mulheres, crianças e idosos retirados de siderurgia em Mariupol
Vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iirina Bereshchuk, confirmou que todos os civis mais vulneráveis foram retirados da fábrica Azovstal, na cidade ucraniana.
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A operação humanitária para o resgate de civis da fábrica Azovstal, em Mariupol, foi concluída este sábado, anunciou a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk.
“A ordem foi cumprida: todas as mulheres, crianças e idosos foram retirados de Azovstal”, avançou a vice-primeira-ministra ucraniana pelo Telegram.
A informação é avançada poucas horas depois de as forças pró-russas terem dito que mais 50 pessoas foram retiradas neste sábado da siderúrgica, onde centenas de civis estavam presos há várias semanas juntamente com combatentes ucranianos.
O resgate dos civis abrigados nos túneis da Azovstal foi iniciado no domingo, numa operação coordenada pela ONU e pela Cruz Vermelha Internacional.
Na sexta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a cidade de Mariupol está “completamente destruída” e que à Rússia apenas resta apoderar-se do complexo siderúrgico.
Zelensky foi questionado no decurso de uma intervenção por videoconferência organizada pelo círculo de reflexão Chatham House, em Londres, sobre o que significaria a queda deste estratégico porto no sul da região do Donbass, onde apenas subsiste uma bolsa de resistência no complexo siderúrgico de Azovstal.
“É necessário entender que Mariupol nunca cairá […], já está devastada, não existe qualquer estrutura, está tudo completamente destruído”, respondeu. O que ainda permanece, prosseguiu, “é essa pequena estrutura, a siderurgia Azovstal, ou o que dela resta”.
Os civis resgatados nos últimos dias descrevem as semanas passadas nos túneis da Azovstal como um “terror", com bombardeamentos fortes que faziam o abrigo estremecer. “Tinha medo de sair, até para apanhar algum ar fresco”, contou Natalia Usmanova, uma das pessoas resgatadas.
Ainda assim, a ONU avançou esta semana que cerca de 30 pessoas retiradas da siderurgia decidiram permanecer em Mariupol. De acordo com Osnat Lubrani, os civis não esperavam um tão grande grau de destruição da cidade e antes de partirem rumo a Zaporizhzhia quiseram saber se os familiares ainda estão vivos.
A tomada do complexo Azovstal permitirá a Moscovo reivindicar o controlo total de Mariupol, com 500 mil habitantes antes da guerra, mas que foi devastada por dois meses de cerco e bombardeamentos.
As autoridades ucranianas noticiaram este sábado intensos combates em Donbass, enquanto se mantém o cerco do complexo, onde as tropas ucranianas de Mariupol ainda resistem.