Hepatite aguda nas crianças: as respostas da OMS às perguntas que todos fazem
A Organização Mundial da Saúde publicou um questionário sobre a hepatite aguda atípica em crianças que aqui se reproduz.
O que é a hepatite aguda?
É um termo utilizado para descrever uma inflamação aguda do fígado. Pode ocorrer devido a uma série de causas infecciosas e não infecciosas. Existem três tipos principais de hepatite viral aguda - hepatite A, B e C. As hepatites virais D e E são mais invulgares.
O que torna este surto invulgar?
A hepatite aguda grave é pouco frequente em crianças pequenas. O que se sabe é que os vírus comuns que causam hepatite viral aguda não foram detectados nos casos até à data reportados. Além disso, as viagens internacionais ou ligações a outros países, com base na informação actualmente disponível, não foram identificadas como factores importantes.
Devemos estar preocupados?
Isto deve ser levado a sério - embora estes sejam acontecimentos raros. É necessário mais trabalho para identificar casos adicionais, tanto nos países actualmente afectados, como noutros. A prioridade é determinar a causa da doença para poder refinar ainda mais as acções de controlo e prevenção.
Quais são as principais teorias sobre o que está a causar esta doença?
A OMS está a trabalhar com países e parceiros para analisar uma série de possíveis factores explicativos. Um vasto número de hipóteses está a ser explorado. Uma das principais é a presença de adenovírus, que é um grupo de vírus comuns que causa habitualmente sintomas respiratórios, vómitos e diarreia em crianças. Embora o adenovírus seja actualmente uma hipótese, não explica completamente a gravidade do quadro clínico. Tem havido relatos de casos de hepatite em crianças imunocomprometidas com infecção por adenovírus, no entanto, é invulgar ser uma causa de hepatite grave em crianças aparentemente saudáveis.
Factores como o aumento da susceptibilidade entre crianças pequenas após um nível mais baixo de circulação do adenovírus durante a pandemia de Covid-19, o potencial aparecimento de um novo adenovírus, bem como a co-infecção por SARS-CoV-2 foram sugeridos pela equipa do Reino Unido como factores possíveis, e precisam de ser mais investigados.
Poderá o surto estar ligado à Covid-19?
O SARS-CoV-2 foi detectado em vários casos. Contudo, a sua circulação está actualmente generalizada na comunidade em muitos dos países afectados e a potencial contribuição deste vírus para a apresentação clínica não é clara.
Poderá o surto estar ligado à vacinação Covid-19?
Não há provas de que a apresentação esteja ligada à vacinação, uma vez que a grande maioria das crianças afectadas não foram vacinadas contra a covid-19.
É de esperar que surjam mais casos?
Com a continuação de novas notificações de casos recentes, juntamente com uma pesquisa mais alargada de casos noutros países, é muito provável que sejam detectados mais casos antes que a causa possa ser confirmada e que medidas mais específicas de controlo e prevenção possam ser implementadas.
Os pais devem estar atentos a que tipo de sintomas?
Em primeiro lugar, é importante salientar que esta não é uma doença comum, mas os pais devem estar atentos aos sintomas da hepatite, que são um início agudo de diarreia, vómitos, dor abdominal e icterícia - em que a pele e a parte branca dos olhos ficam amarelos - em crianças mais novas. A maioria das crianças não tem febre. Em caso de preocupação, aconselhamos os pais a contactarem o seu profissional de saúde.
O que podem os pais fazer para evitar que os seus filhos adoeçam?
Adoptar as medidas normais que ajudam a proteger contra vírus comuns - devem supervisionar uma boa lavagem das mãos e encorajar uma boa higiene respiratória.
Organização Mundial de Saúde